O povo indígena Warao do Delta Amacuro na Venezuela acaba de lançar a campanha “Warao en Peligro” (Warao em Perigo), para chamar a atenção sobre a situação deste grupo étnico em seu território, que foi tomado por invasores. Os Warao vivem à beira da fome.
Por Redação *
Nos últimos anos, o povo Warao vem sendo vítima de múltiplas violações de seus direitos humanos sendo forçados a abandonar seus territórios nativos agora invadidos por grupos irregulares.
“A realidade dos Warao é alarmante, a sobrevivência daqueles que representam nossa identidade cultural e nossa herança está em risco”, dizem os organizadores da Campanha. Essa situação reflete a desintegração do país e a necessidade urgente de ações da comunidade internacional.
Extrema pobreza, a realidade dos Warao em Pedernales, Delta Amacuro
Povo Warao em perigo
Desnutrição, malária e tuberculose são doenças que mais afetam os povos indígenas e ultimamente aumentaram devido à falta de assistência médica e medicamentos nos postos de saúde da região. Fome, miséria, exploração no trabalho e exploração sexual são consequências da complexa crise humanitária gerada pelo governo de Maduro. As famílias são forçadas a sair de seus territórios para sobreviver, empreendendo viagens nas quais não têm acesso a serviços de saúde, água, saneamento e higiene.
As comunidades estão à beira da fome, expostas à violência de criminosos. Segundo relatório de agosto de 2020, mais de 500 indígenas do município de Pedernales foram forçados a fugir da fome e do crime organizado, colocando o Warao em perigo.
Informações dão conta que os territórios indígenas são invadidos por grupos irregulares aos quais o governo cedeu o controle, permitindo-lhes realizar mineração nestas áreas protegidas.
Os Warao precisam de proteção
Os povos indígenas precisam de proteção contra um regime que sistematicamente viola seus direitos através da repressão, assassinatos, tortura, prisões arbitrárias e invasões, ao mesmo tempo em que incentiva a destruição de seus territórios pelas máfias. “A complexa emergência humanitária coloca em risco a sobrevivência dos povos indígenas, pois eles estão entre as populações mais vulneráveis”, afirmam os organizadores da Campanha.
“Diante desta situação dramática, levantamos nossa voz em favor dos Warao em perigo e pedimos à comunidade internacional que esteja vigilante diante desta violação dos direitos humanos”.
O artigo 21 da Declaração das Nações Unidas sobre Povos Indígenas estabelece que os Estados devem garantir os direitos das comunidades, sua segurança e sua saúde. Na Venezuela, o regime só lhes proporcionou fome, doenças e insegurança.
Os Warao devem migrar de um território para outro, através dos rios, para conseguir alimentos, remédios e garantir uma vida digna. Sua situação é um reflexo de uma nação que está se desintegrando e requer uma ação urgente da comunidade internacional.
Missionários da Consolata
Presentes em Tucupita e Nabasanuka desde 2005, os Missionários da Consolata vêm acompanhando as comunidades indígenas Warao no Delta Amacuro com projetos de evangelização e promoção humana. Também em Boa Vista, no estado brasileiro de Roraima, a Equipe Itinerante dos Missionários da Consolata trabalha para acolher e apoiar os Warao forçados a emigrar da Venezuela em busca de melhores condições de vida.
Para saber mais sobre a situação
* Com informações da Campanha #WaraoEnPeligro
