Na Tunísia os muçulmanos são 99,5% da população. Só há uma circunscrição eclesiástica no país, a arquidiocese de Túnis, pastoreada pelo arcebispo Ilario Antoniazzi.
Por Fernando Altemeyer *
Com uma superfície de 63.610 quilômetros quadrados, a Tunísia faz fronteiras com Argélia e Líbia. No país se fala árabe, francês e berbere. Sua capital é Túnis, com 639.000 habitantes. Possui uma taxa de fecundidade de 2,06 filhos por mulher, a expectativa de vida é de 73,3 anos. Sua população urbana é de 64%. Possui grandes reservas de fosfato e zinco.
Atualmente 11.960.000 habitantes, dos quais 26.726 católicos, ou seja, 0,02% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.
Dados eclesiais
Na Tunísia só há uma circunscrição eclesiástica, a arquidiocese de Túnis, pastoreada pelo arcebispo Ilario Antoniazzi, italiano com 73,80 anos. O atual núncio reside na Argélia, dom Kurian Mathew Vayalunkal. Os bispos da Argélia, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental e Tunísia formam a Conferência Episcopal Regional do Norte da África, que foi criada em 1966.
A organização pastoral se faz por meio de dez paróquias e 14 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 32 sacerdotes (dez padres do clero secular e 22 membros do clero religioso), dois seminaristas, um diácono permanente, cinco irmãos, dez missionários leigos, 121 religiosas consagradas e 100 catequistas.
Na Tunísia os muçulmanos são 99,5% da população, os cristãos 0,1% e os membros de outras religiões 0,4% (estes vivem na clandestinidade).
Curiosidades
A evangelização principia logo nos primeiros séculos da era cristã. No século terceiro Cartago tinha como bispo São Cipriano. A chegada dos vândalos no século V destruindo Cartago e a presença muçulmana a partir do sétimo século aniquilou a presença cristã no país do norte africano.
Em 1843 a Prefeitura de Túnis é confiada aos frades franciscanos capuchinhos. Em 1884 o cardeal Lavigerie, mantendo-se responsável da sede metropolitana de Alger assume o título de Arcebispo de Cartago e Primaz da África. Em 1892 viviam na Tunísia cerca de 50 mil europeus nesse protetorado francês. Em 1929 acontece o Congresso Eucarístico em Cartago.
Em 1956 acontece a independência e a maioria dos europeus sai do país. Restam sete igrejas e sete sacerdotes no país, além de oito escolas e um salão paroquial da diocese de Túnis agora transformada em Prelazia Territorial. Em 1995 torna-se diocese. O restante dos bens da Igreja foi confiscado pelo Estado. A catedral de Cartago é feita museu.
O proselitismo das religiões é proibido. O papa São João Paulo II visitou o país em 14/04/1996. Atualmente os católicos são os estrangeiros que trabalham no país. A presença católica se realiza em escolas, hospitais e instituições para deficientes.
Padroeira:
Imaculada Conceição.
Cardeal na história da Tunísia:
Charles-Martial-Allemand Lavigerie, M. Afr. (1825-1892), administrador apostólico de Tunis, Sahara e Sudão, arcebispo de Cartago e de Argel, nascido em Bayonne, na França, criado cardeal pelo papa Leão XIII em 27/03/1882. Foi um grande ator na luta contra a escravidão em toda a África do Norte.
Bispo presente ao Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870:
Fidèle Sutter, O.F.M. Cap. †, Bispo titular de Rosalia, Vigário Apostólico da Tunis; Idade: 73.7
Bispos presentes ao Concílio Vaticano II de 1962 a 1965. Hoje falecidos.
- Michel Callens, M. Afr. †, Prelado de Tunis; Idade: 47.6
- Paul-Marie-Maurice Perrin †, Arcebispo Titular de Nova; Arcebispo de Cartago, Bispo Prelado de Tunis; Idade: 61.2
* Dados eclesiais da Igreja Católica da República da Tunísia – République Tunisienne – Al Jumhuriyah al-Tunisiyah – Pesquisa preparada para o Portal da Consolata pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, assistente doutor do departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br
Fontes da pesquisa: www.vatican.va; http://www.catholic-hierarchy.org/country; http://cardinals.fiu.edu/1873-2019-country.htm; https://secam.org/
