Vocação à vida religiosa

15 de junho de 2020
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Seguir Jesus, sendo seu discípulo, significa responder ao chamado de querer viver com Ele.

Por Joseph Onyango Oiye*

A vocação para a vida religiosa em uma congregação para a missão Ad Gentes, como a nossa, é uma maneira de realizar a vocação cristã que nasce da Igreja. Não é idealismo. Em algumas ocasiões, pode-se confundir a vida religiosa por querer fazer algumas obras de caridade. A vida religiosa está ligada ao desenvolvimento humano, mas é importante entender que não se deve ser religioso simplesmente para se render para pacificar a sociedade, incutir esperança ou trabalhar para o movimento social. A pessoa se torna religiosa e missionária antes de tudo por Jesus Cristo.

Em primeiro lugar, como disse nosso fundador, o Bem-aventurado José Allamano, é importante entender que todos somos chamados à santidade, ou seja, devemos nos identificar com Jesus, compartilhar seus sentimentos, viver como filhos de Deus e mostrar seu amor pelos homens. Não na teoria, mas na prática. Essa chamada é feita por Jesus quando ele diz a cada um: “Segue-me”. Ser cristão, então, é ser um seguidor de Jesus Cristo; ser seu discípulo. Em outras palavras, podemos dizer que antes de buscar uma vida consagrada para as missões estrangeiras, a pessoa deve primeiro buscar a santidade.

A vida religiosa no seu senso estrito é consagração a Deus através dos votos de pobreza, obediência e castidade. A consagração é uma ação Divina na qual Deus chama uma pessoa e a separa para dedicar-se a Ele de uma maneira particular. O objetivo desta consagração é mostrar uma grande paixão por Cristo e pela humanidade. A pessoa que adota esse modo de vida, portanto, está incondicionalmente ligada a Jesus de uma maneira que se doa, profunda e livre.

Seguir Jesus Cristo como missionário consagrado implica dedicação total a Ele, a fim de continuar seu trabalho de salvação e libertação para a humanidade. Quem quiser seguir a Jesus como missionário da Consolata, deve primeiro encontrar a Deus, para depois levar as pessoas até Ele. Assim como os discípulos tiveram uma experiência pessoal de viver com Jesus, a vida missionária tem um propósito muito bonito que é tornar credível o amor de Deus além das fronteiras.

No mundo de hoje, Deus continua chamando seus filhos a viverem sua consagração de maneira radical e religiosa.

Assim, os missionários são chamados a viver sua consagração como filhos de Deus, iguais a Jesus, dependendo do Pai, amando-o acima de tudo e entregando-se inteiramente a serviço dos outros.

Nesse sentido, os religiosos recebem de Deus o dom de seguir mais de perto a Cristo em sua pobreza, castidade e obediência por meio da profissão pública desses conselhos com a mediação da Igreja.

A vida religiosa não se vive sozinho: é sempre vivida dentro de uma comunidade. Os conselhos evangélicos são traduzidos e expressos em convivência externa com os irmãos na vida fraterna e comunitária. Essa fraternidade gera relacionamentos baseados no serviço e dedicação; criando assim uma vida familiar que também se traduz em ação apostólica. É isso que mais distingue a vida religiosa; uma vida comunitária antes de tudo. Nosso fundador dizia aos formandos, “este não é um seminário ou escola, é uma família.”

*Joseph Onyango Oiye, imc, é missionário no México.

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