O diaconato como consolação e serviço

2 de julho de 2020
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Fotos: Arquivo Pastoral Afro Cali.

Aceitar o chamado do Senhor na ordem do diaconato é assumir um processo de formação na responsabilidade missionária de consolar aqueles que sofrem de tristeza e dor.

Por Elmer Peláez*

Na comunidade primitiva, quando eram escolhidos, os diáconos eram chamados para serem servidores dos pobres e enfermos. Foram eleitos missionários no serviço da caridade, para que os Apóstolos pudessem permanecer cuidando do anúncio da Palavra, e dedicando-se à pregação da Boa Nova (cfr Hch 6,1-7). 

A diaconia, então, é caminhar em atitude de proximidade junto aos pobres, necessitados e excluídos, tornando práxis a caridade como distintivo de fidelidade à causa do Reino.

Chamado, resposta e consagração

Aceitar o chamado do Senhor na ordem do Diaconato é assumir um processo de formação na responsabilidade missionária de consolar aqueles que sofrem de tristeza e dor. Isto faz com que ao ser consagrado diácono, a pessoa não receba um título honorífico, mas uma expressão de serviço: ser enviado, como missionário, a ser consolação, entregando a vida ao anúncio do Evangelho e da construção de um mundo mais justo e humano.

“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.” (Rm 12, 1-2).

O relato da carta aos Romanos nos convida a olhar para o nosso interior, em especial para aqueles que aceitaram o chamado do Senhor para o serviço ministerial, para ser transformado e tornar-se obediente à vontade de Deus.

Meu serviço diaconal

Para mim, assumir o ministério ordenado como diácono é um sinal concreto do ser enviado para estar a serviço e me entregar pastoralmente neste momento ao povo Nasa, em Toribio (Cauca), Colômbia, golpeado pelo conflito armado. Neste contexto, compreendo que o chamado missionário deve estar a serviço dos três p: Palavra, Pobres e Pão.

Palavra: fui chamado para anunciar a Palavra, meditada e proclamada na homilia e celebrada nos sacramentos.

Pobres: servi-los a partir da caridade, como um convite à entrega permanente, a exemplo de Jesus.

Pão: estar a serviço da ação de graças (Eucaristia), do sacrifício redentor e da experiência de fé em Cristo ressuscitado, que nos envia a servir. A oração pelo povo é práxis de serviço no anúncio da Palavra que nos chama para o serviço aos pobres e partilhar com eles o pão da vida.

Esta é a motivação que guarda, neste momento, meu coração missionário. Faço-me obediente para que seja o espírito de Jesus que oriente meus sentimentos, pensamentos e ações.

Como missionário da Consolata, sinto uma enorme responsabilidade, de levar a paz de Cristo e a consolação do Evangelho aos confins do mundo, onde seja necessário transformar os ódios e as divisões em caminhos de perdão e reconciliação. Sinto-me feliz e orgulhoso de ser missionário e prometo colocar todo o meu esforço e esmero para desenvolver meu diaconato da melhor maneira possível, com a benção de Deus e a proteção da Virgem Consolata.

* Diác. Elmer Peláez Epitacio, imc

NOTA:  No último dia  20 de junho, na festa da Virgem Consolata, os jovens missionários da Consolata  Américo Javir (Moçambique), Elmer Peláez (México), Iga Michael (Uganda), Kenneth Oriando (Quênia) y Rogers Kiwango (Tanzânia), foram ordenados diáconos em Cali, Colômbia, pela imposição de mãos de Dom Darío de Jesús Mejía.

No dia anterior, 19 de junho, realizaram sua profissão perpétua diante do padre Armando Olaya, Superior Regional IMC Colômbia, e alguns representantes da comunidade. Os novos  diáconos estiveram quatro anos realizando sua formação teológica na Comunidade Apostólica Formativa – CAF, em Cali.

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