Um grupo de missionários leigos da paróquia Santa Margarida em Curitiba (PR), acompanhado do pároco, padre James Mwaura Mbugua, IMC, atendendo ao carisma missionário, visitou no dia 14 de junho, o Território indígena Sagrado (“Tekoa Ywy Jju”), localizado na Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara considerada uma unidade de conservação desde 1988.
Por missionários leigos da paróquia Santa Margarida *
A luta pela área se estende desde 2009 sendo que a terra foi retomada por cinco etnias (Kaingang, Guarani M’bya, Guarani Nhandewa, Tukano e Krahô) em 9 de agosto de 2021, data em que é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A busca pela retomada do território, da cultura, da identidade e da ancestralidade dos povos indígenas é a luta diária desta comunidade, a qual tem muito a nos ensinar.
Partilhamos em seguida, algmas impressões dos leigos e leigas da paróquia Santa Margarida sobre a visita realizada. A missão é feita de compromisso, estudo, reflexão e ação concreta.
1. Minha visita ao território indígena de Piraquara foi uma experiência transformadora. Fui profundamente tocado pela sabedoria ancestral e a conexão íntima com a natureza preservada pelos habitantes locais.
2. Sintonizado com a natureza, aprendi ainda mais a ouvir, respeitar e admirar a cultura indígena.
3. A maneira simples de viver, o amor à família e à casa Mãe… Eles transmitem muita paz. Amei! Vou voltar para acampar por lá um fim de semana.
4. Admiração pelo modo simples de vida: não se precisa de muita coisa para se ser feliz, e “nostalgia”, ao imaginar o tempo em que eles viviam tranquilos, do seu modo, em harmonia com a mãe terra.
5. Gratidão a Deus pela oportunidade de aprender sempre mais. Quanta sabedoria revestida de simplicidade e respeito nas palavras e gestos de nossos irmãos indígenas!
6. Foi mágico e emocionante. A conversa e a fogueira na mata foi marcante. Deus abençoe a equipe que nos proporcionou essa visita.
7. Foi um dia maravilhoso, de muito aprendizado. O amor e o respeito pela natureza foi um ponto muito marcante. O amor e o cuidado com os filhos também me impressionaram.
8. Um dia lindo, pensado por Deus desde toda a eternidade, pleno de um profundo amor, revestido de simplicidade e cumplicidade, criando este relacionamento, fraterno, único e verdadeiro.
9. Foi um dia cheio da presença de Deus, junto aos nossos irmãos, tão verdadeiros que nos proporcionaram momentos de muita reflexão.
10. Esta experiência linda, neste encontro com nossos irmãos indígenas, me fez lembrar o quanto Deus é perfeito e que Ele está no meio de nós. Deus está nas águas do córrego que passamos. Deus está na terra que pisamos! Deus está no fogo, o tempo todo presente, para, segundo nossos irmãos originários, iluminar onde estamos, para que Nhanderu sempre nos veja e nos proteja. Deus está no ar que circunda aquela mata, por onde passamos. Um ar limpo e fresco que nos faz tão bem respirar. Deus está no sorriso e olhar cativante de cada irmão nosso ali presente, que traz tanta sabedoria ancestral e respeito à Mãe terra. Essa terra que Deus nos presenteou, com todas as cores da natureza, para que pudéssemos dela tirar tudo o que necessitamos para viver bem!
O que aprendi hoje? Não somos donos da terra, somos parte dela! Não precisamos de muito para ser feliz! Peça a proteção de Deus (Nhanderu), sempre que for adentrar a um lugar Sagrado, criado por Ele e dado de presente a nós! Obrigado Deus por nos ter proporcionado este encontro perfeito e especial!!!
11. A experiência com os irmãos indígenas me fez refletir que a natureza é uma só e nós fazemos parte dela. A natureza é o próprio Deus.
12. Acolhida de coração: disposição para servir e amar!
13. Missão linda! Dia de sabedoria. Interação entre duas culturas e união com a natureza. Renovação de energia! E energia é vida! Gratidão!
14. Na missão em Piraquara, aprendi com nossos irmãos indígenas que o fato de serem poucos em número, não perdem a esperança da retomada do território, para assim se reconectar às suas terras e ancestralidade. Amei a música indígena! Por meio da música expressam alegria, cultura e identidade.
O milagre reconhecido pela intercessão do Bem-aventurado José Allamano e que em breve o levará à canonização, ocorreu em Roraima entre os Yanomami. Essa boa notícia é um convite para refletir, fortalecer e resgatar a memória dos povos originários em todo o Brasil.
Porã eté Aguy Jevete (muito obrigado em Guarani).
* Grupo de missionários leigos da paróquia Santa Margarida em Curitiba (PR). O grupo já esteve em missão também nas comunidades indígenas de Roraima