Comemoração do 1º ano da Cooperativa “Anna Pata Epe’ru”

No dia 08 de fevereiro de 2025, o povo da comunidade São Mateus na Terra Indígena Raposa Serra do Sol em Roraima, os Tuxauas das comunidades pertencentes ao Centro São Mateus e o missionário responsável da Missão Maturuca, padre James Murimi Njimia, se reuniram para celebrar o 1º ano da Cooperativa ANNA PATA EPE’RU (o fruto da nossa Terra).

Por James Murimi *

Com o clima de alegria e de bênção acompanhada pela garoa que chuviscava suavemente banhando a mãe terra e irrigando o coração do povo com ternura e paz, o Espirito Santo conduziu o povo de Deus à Igreja Sagrada Família as 6h de manhã para agradecer a Deus por tal grande dádiva. Tratava-se de um grande acontecimento para a comunidade Indígena São Mateus. Após a celebração da Santa Missa, todos se dirigiram ao Maloção Ko’ko Albertina para ouvir o histórico da Cooperativa.

O Tuxaua da comunidade, o Sr. Mateus deu abertura da festa acolhendo todos os participantes e depois convidou o Tuxaua Jacir José de Souza que é o veterano e também um dos protagonistas da luta pela libertação e homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TI RSS) para dar o seu discurso. Ele falou da importância da Cooperativa na comunidade como símbolo da União (simbolizada por um feixe de vara) do povo e da defesa do território indígena.

Após a fala do Tuxaua Jacir, entrou no palco padre James Murimi, IMC, que destacou a importância da vigilância e monitoramento da Terra, na autossutentabilidade e autodeterminação do povo indígena de todo o território. Depois dos discursos, a coordenadora da Cooperativa, Sra. Dionita Makuxi fez o histórico da obra.

Cooperativa foi repassada no dia 08 de fevereiro de 2024 da Cooperativa Makuxi de Maturuca como semente de mostarda que após um ano cresceu, desenvolveu-se e se tornou a tenda da esperança que abriga milhares de gente.

Hoje ela é o centro da comercialização principalmente dos produtos internos “produzidos na comunidade”, promovendo assim a agricultura família que é o esteio central da economia indígena. Neste aspecto comercial, a Cooperativa compra e vende os produtos das comunidades e também da cidade, fornecendo as mercadorias para o povo como maneira de evitar a saída desnecessária para cidades.

Este dinamismo da vida vem sendo fundamental e eficaz para o combate do consumo das bebidas alcoólicas nas comunidades indígenas. Por essa razão, a Cooperativa se tornou o instrumento da paz na comunidade. Com ela, não tem mais o espaço para violência doméstica, acidentes no caminho, e nem as vidas de jovens ceifadas nas vilas como acontecia antes.

Por isso, é certo confirma categoricamente que, a cooperativa é a Voz de Deus que fala ao povo indígena da Serra no tempo moderno. Ela é uma nova profecia que anuncia o jeito novo de pesca nas águas mais profundas dentro da comunidade.

Ela é força para os ‘Peregrinos da Esperança’ que caminham rumo ao Bem Viver beatífico, iluminados pela Luz do Ressuscitado e assistidos pela intercessão da Santíssima Virgem Consolata e São José Allamano, fiel servo de Deus.

Gratidão ao Instituto Missões Consolata, e ao nosso Benfeitor, Michele Perego, e às lideranças indígenas.

* Padre James Murimi Njimia, IMC, missionário em Maturuca, TI RSS, Roraima.

Comunidade Waronkayen

Visita à Comunidade indígena Waronkayen na Região das Serras, Terra Indígena Raposa Serra do Sol em Roraima, Brasil. Vídeo mostra a alegria da comunidade com a preseça do missionário responsável pela Missão de Maturuca, Padre James Murimi Njimia.

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