
“A vida é missão” é o tema do Mês Missionário. O lema é tirado do profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). Essa temática recorda pessoas que fazem de sua vida uma missão. São cristãos leigos e leigas, consagrados e consagradas e ministros ordenados que, encontrados pelo amor misericordioso de Deus, fizeram de suas vidas uma missão
Por Maurício da Silva Jardim

O Dia Mundial das Missões celebrado neste domingo, 18 de outubro, é uma oportunidade para rezar e apoiar estes homens e mulheres testemunhas apaixonadas pelo Evangelho que transbordam o amor misericordioso de Deus nas realidades onde vivem.
Essa temática é inspirada na Campanha da Fraternidade e na exortação Apostólica Evangelii Gaudium que acentua o caráter existencial da missão. “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não quero me destruir. Eu sou uma missão de Deus nesta terra, e para isso estou neste mundo” (EG, 273). Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas, exige uma doação total. Está na ordem do ser e não se reduz a algumas horas do dia. O papa define a missão como “paixão por Jesus Cristo e simultaneamente paixão pelo seu povo” (EG, 268).
Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, o papa Francisco, destaca: “Eis-me aqui, envia-me. É a resposta sempre nova à pergunta do Senhor: Quem enviarei? (Is 6, 8). Esse chamado vem do coração de Deus, da sua misericórdia, que interpela tanto a Igreja quanto a humanidade na atual crise mundial (…) Na cruz, Deus revela que o seu amor é para todos, para cada um de nós. E pede nossa disponibilidade pessoal para sermos enviados, porque Ele é Amor em constante movimento missionário, sempre saindo de si mesmo para dar vida (…) A missão, a “Igreja em saída”, não é um programa, uma intenção a ser concretizada por pura força de vontade.
É Cristo que faz a Igreja sair de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, nos movemos porque o Espírito nos empurra e conduz. Deus sempre nos ama primeiro e com esse amor chega até nós e nos chama”.

Resposta livre e consciente
Continua o papa: “A missão é uma resposta livre e consciente ao chamado de Deus. No entanto, discernimos esse chamado apenas quando vivemos uma relação pessoal de amor com Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos:
Estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo em nossa vida, para ouvir o chamado à missão, tanto no casamento, como na virgindade consagrada ou no sacerdócio ordenado e, em qualquer caso, na vida cotidiana comum? Estamos dispostos a ser enviados para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus, o Pai misericordioso, proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, compartilhar a vida divina do Espírito Santo edificando a Igreja? Estamos prontos, como Maria, a Mãe de Jesus, a nos colocar sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)? Essa disponibilidade interior é muito importante para responder a Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isso respondido não em abstrato, mas na Igreja e na história de hoje”.

Celebrar o Dia Mundial das Missões, segundo o papa, “significa reafirmar que a oração, a reflexão e a ajuda material são oportunidades para participar ativamente da missão de Jesus em sua Igreja. A caridade, expressa nas coletas do terceiro domingo de outubro, destina-se a apoiar o trabalho missionário realizado em meu nome pelas Obras Missionárias Pontifícias, a fim de atender às necessidades espirituais e materiais dos povos e das Igrejas, em todo o mundo, para a salvação de todos”.
Em tempos de pandemia, realizar essa campanha exige criatividade, reflexão e atenção ao que se impõe. Por isso, sugerimos adaptações ao novo normal na utilização dos materiais da Campanha Missionária, enviados às arquidioceses, dioceses e prelazias. Propomos aos conselhos missionários que facilitem o acesso do material presencial e virtual às comunidades, valorizando a vivência da Igreja doméstica. Incentivamos fazer o lançamento diocesano da campanha, realizar formações e produzir #lives e outras modalidades virtuais que possam refletir o tema e rezar a novena missionária.

Junto ao material da campanha, foi enviada a mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões e a prestação de contas da coleta missionária de 2019. O fundo internacional de solidariedade ajudou na formação, animação e cooperação missionária em diferentes projetos pelos cinco continentes: catequese, obras sociais, hospitais, leprosários, asilos, orfanatos, postos de saúde, centros de saúde mental, escolas, atendimentos à família, formação missionária Ad Gentes etc. Na última campanha, o Brasil contribuiu para este fundo com o valor de R$8.854.027,18. Para facilitar as doações da coleta missionária em 2020, iremos criar um QR Code para facilitar as doações sem sair de casa.
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Desejamos que a missão seja de fato, “uma paixão por Jesus Cristo e simultaneamente uma paixão pelo seu povo” (EG, 268).
* Maurício da Silva Jardim é Diretor Nacional das POM. Publicado na Revista Missões, Outubro 2020.