Via Sacra Missionária “Mártires da Terra”

Durante a Quaresma, os cristãos de Roma têm a oportunidade de reviver a Via Sacra de Jesus em direção a Jerusalém, em sintonia com a crise climática e o grito da Terra, em particular com os mártires da Pan-Amazônia.

Por Jaime C. Patias *

Nesta sexta-feira, 15 de março, às 15h30, no Jardim Laudato Si’ das Irmãs da Caridade de Santa Joana Antida Thouret (Via Santa Maria in Cosmedin 5), em Roma, terá lugar a Via Sacra Missionária “Mártires da Terra”: a experiência panamazônica, realizada em várias línguas (italiano, português, espanhol, francês, inglês) para facilitar a participação de diferentes comunidades, congregações religiosas, instituições, organizações internacionais de voluntariado, grupos, associações e movimentos. A iniciativa é promovida pela Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Uisg – Usg (União de Superiores e Superioras Gerais), pelo Departamento para a Cooperação Missionária entre as Igrejas da Diocese de Roma, por Terra e Missione e pelo Movimento Laudato Si’.

Na ocasião, será inaugurada a Exposição “Paixão Amazônia” com a exibição de desenhos do Padre Ezequiel Ramin, assassinado em Cacoal, Rondônia, em 24 de julho de 1985. Estarão expostos 12 painéis que alternam imagens da Paixão de Cristo com cenas da vida dos povos da Amazônia. A exposição, organizada por Terra e Missione, pela família Ramin e pela família comboniana, poderá ser visitada na próxima semana na Universidade Salesiana “Auxilium”, em Roma, e depois será transferida para a diocese de Porto-Santa Rufina onde vive a família do Padre Ezequiel.

Próximo ao 32º Dia dos Missionários Mártires, celebrado em 24 de março, são numerosos os encontros organizados nas dioceses de Roma e Porto-Santa Rufina para recordar o martírio do Padre Ezequiel Ramin, conhecido como Lele, e de todos aqueles que abraçaram a cruz do martírio na sua vida em missão pela Casa Comum. Nesse sentido, no sábado, 23 de março, das 9 às 13 horas, terá lugar na Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação “Auxilium” o colóquio “Guardiães do Jardim”, com o tema “Mártires da justiça ambiental e da exploração dos recursos”.

Memória dos mártires

Seguindo o caminho de Jesus ruma a Jerusalém, juntamente com aspectos da realidade e dos direitos violados na Amazônia, as 15 estações da Via Sacra Missionária recordam 13 mártires: Marçal de Souza Guarani, Josimo Moraes Tavares, Vicente Cañas, Ines Arango, Galdino Pataxó, Alcides Jimenez, Dorothy Stang, Alejandro Labaka, Oscar Romero, Ezequiel Ramin, Rodolfo Lunkenbein, Simão Bororo e Chico Mendes.

No texto de apresentação, os organizadores assim motivam a iniciativa: “Preparamos esta Via Sacra como um sinal especial para vivenciar o caminho percorrido por Jesus e representar a forma como Cristo está atualmente encarnado no território e em seu povo, conseguindo viver, morrer e ressuscitar na região Pan-Amazônica. Que a esperança pascal da ressurreição de Cristo na Pan-Amazônia, na Igreja e em cada um dos nossos corações se renove com os passos que daremos hoje”.

Esta celebração da Via-Sacra retoma o trabalho realizado pela equipa da “Casa Comum” que foi criada pem ocasião do Sínodo para a Amazônia em 2019.

Juntamente com os Mártires da Terra, “recordamos juntos o caminho percorrido por Jesus, e podemos imaginá-lo caminhando ao nosso lado, atravessando cada situação dolorosa da nossa Pan-Amazônia, para que, inspirados pela sua palavra identifiquemos novos caminhos para a nossa Igreja”.

* Com informações da equipa “Casa Comum” e do site da Diocese de Roma.

Publicamos o texto completo da Via Sacra Missionária “Mártires da Terra”
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