
Ao mesmo tempo que escrevemos nossas histórias de missionários chamados por Deus para anunciar a Boa Nova, nos conhecemos pelos passos que damos e nos definimos pelas atitudes diante da Missão.
Por AMJV Argentina
Nossas atitudes sempre são influenciadas pelas interações e vínculos que criamos, pelo aprendizado social e pela experiência pessoal que vamos adquirindo em nosso dia a dia.
As atitudes que tomamos diante das diferentes situações de nossa vida missionária sempre se movem em três dimensões: sentir, fazer, acompanhar.
Sentir
A qualidade e equilíbrio das respostas efetivas, diante das diversas situações com as quais nos encontramos, é aquilo que forja o coração do missionário. É no sentir dos afetos, formado pelas emoções, de onde brotam as forças que nos motivam em nosso andar e em nossa entrega à Missão.
A vocação missionária tem um traço bastante específico e característico implantado no coração, semelhante ao de um pescador. São as atitudes afetivas do coração do pescador que também movem o missionário a ir até outras margens, sem medo das tempestades, confiando que sempre há uma pesca milagrosa do outro lado. Da mesma forma que o coração do pescador, o missionário foge da rotina do estático e confortável, para se aventurar na simplicidade e instabilidade do barco, impulsionado sempre pelo dinamismo incerto do mar.

Fazer
Todas as atitudes que tomamos diante da vida estão fundamentadas sempre em crenças e referências que temos sobre nós mesmos e sobre o mundo que nos circunda.
Nosso fazer é fruto da interpretação e conhecimento daquilo que acreditamos. Somos missionários porque cremos que Deus nos chamou; decidimos fazer os votos porque cremos que Jesus viveu pobre, casto e obediente; gastamos nossas vidas naquilo que fazemos, porque cremos que é vontade de Deus, ou simplesmente porque cremos que nossas atividades e propostas farão muito bem. Da mesma forma que as mãos de um jardineiro, o missionário é chamado a espalhar a semente do Reino em seu trabalho missionário, com muita habilidade e delicadeza, mas, sobretudo, com toda a certeza de que somente Deus é responsável pela germinação e o dono dos frutos abundantes.
Acompanhar
O sentir e fazer de um missionário acabam gerando hábitos, costumes e padrões de comportamento que definem de maneira concreta e visível a conduta na Missão.
É preciso reconhecer e aceitar que a educação recebida em família durante a infância e adolescência, da mesma forma que no transcurso formativo de base no Instituto Missões Consolata (IMC), ajudou a desenvolver muitas habilidades socioemocionais, como o sentido da responsabilidade, compromisso, escuta, respeito e empatia; tudo isso acaba influenciando sempre nossa conduta na Missão.
Como missionários somos chamados a descobrir e potencializar as nossas habilidades, mas orientadas e inspiradas na conduta do Bom Pastor, que acompanha as ovelhas a partir do respeito humilde, da escuta ativa, da paciência empática e da paixão pelo cuidado.