Em memória do Padre Matteo Pettinari

“Obrigado, Senhor, porque nos ter dado o padre Matteo e por ter sido um grande missionário”. Foto: Ariel Tosoni

“Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica ele só. Mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12,24).

O sacerdote é, acima de tudo, o homem da caridade, e é sacerdote muito mais para o benefício de seus irmãos do que para si mesmo” (Bem-aventurado Allamano).

Nosso querido Padre Matteo Pettinari nos deixou, uma vida generosa ceifada em poucos momentos. Na tarde de 18 de abril, por volta das 14h30, ele sofreu um terrível acidente de carro contra um ônibus em Niakara, no norte da Costa do Marfim, África, onde vivia como missionário há 13 anos.

Padre Matteo tinha 42 anos, dos quais 17 anos de profissão religiosa e 13 anos de sacerdócio, em Dianra Village, era um ponto de referência para toda a população.

Após a oração do Angelus de domingo, 21 de abril, o Papa Francisco comentou: “Com tristeza, soube da notícia da morte, em um acidente, do Padre Matteo Pettinari, jovem missionário da Consolata na Costa do Marfim, conhecido como ‘missionário incansável’, que deixou ‘um grande testemunho de serviço generoso’.

Uma vida dedicada aos últimos da Costa do Marfim, vivida com muita energia e vitalidade. Não media esforços, dedicou-se sobretudo à construção de uma Igreja e de um Centro de Saúde, pontos de referência para tantas pessoas da região, e muita proximidade e caridade com todos.

“O que a África me ensinou”, disse ele anos atrás em uma entrevista, “é viver a vida não a partir dos problemas que existem ou que não existem, que podem ou não existir, mas a partir dos relacionamentos que são sempre o sal, a alegria, a riqueza da vida cotidiana. Gosto de dizer quando estou em Dianra Village que temos mil problemas, mas mil e uma soluções, no sentido de que dificuldades, crises, precariedades de todos os tipos não podem determinar o estilo com o qual enfrentamos nossos dias”.

Ele era um verdadeiro e um bom missionário, um cristão, que devorava a Palavra de Deus e não se cansava de pregá-la a todos. Ele procurava ajudar a todos e o tempo nunca era suficiente para ele fazer tudo o que desejava, pois sempre tinha que correr para ajudar e servir. Era sempre o primeiro a fazer sua parte para servir e amar até o fim, para sorrir ao próximo. Uma senhora o chamou de “um missionário sem religião”, porque ele estava sempre pronto para ajudar a todos, independentemente da denominação religiosa a que pertencesse.

Ele foi e continua sendo um ponto de referência também em Monte San Vito (Ancona), Itália, onde sua família é conhecida e apreciada.

A família decidiu deixar seu corpo em Dianra Village, na “sua missão”, onde ele ofereceu sua vida para que continuasse a ser um ponto de referência, um guia seguro, um porto de esperança.

Nós nos lembramos dele com carinho e amizade, nos esforçamos para entender o plano de Deus, mas sabemos que Deus sabe o porquê.

Obrigado, Senhor, porque nos ter dado o padre Matteo e por ter sido um grande missionário. Agora que o chamou, nós o confiamos a vós, para que do céu ele continue a nos acompanhar e a cuidar de todos os que o conheceram e o amamos aqui na terra.

* Padre Stefano Camerlengo, IMC, missionário na Costa do Marfim.

Igreja dedicada a São José Mukasa na vila de Dianra. Uma obra de arte para falar de Deus.
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