
A Igreja celebra hoje, 29 de junho, a Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Em Roma, o Dia de São Pedro é comemorado desde os primeiros séculos da formação da Europa cristã. Esta festa reflete a história da Igreja de Roma, fundada sobre o martírio de Pedro e Paulo.
Por Jaime C. Patias *
Os dois apóstolos, patronos da Igreja e de Roma, são um exemplo de unidade na diversidade. Pedro, um simples pescador, viveu no seguimento do Senhor. Paulo, fariseu culto, anunciava o Evangelho.
É a primeira solenidade de Pedro e Paulo no pontificado do Papa Leão XIV (o Papa de número 267 na secessão de Pedro), e como já é tradição, preside missa na Basílica Vaticana e abençoa os Pálios impondo-os aos novos Arcebispos Metropolitanos, dentre os quais cinco brasileiros. Depois da missa o Papa rezará o Angelus abençoando os fiéis na Praça São Pedro.
O Pálio é uma estola branca adornada com seis cruzes e três cravos, símbolo da Paixão. Confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, com a lã de carneiro, o Pálio é símbolo da comunhão e fidelidade com o sucessor de Pedro. O arcebispo é o Bom Pastor que carrega nos ombros as ovelhas a ele confiadas, em especial as mais necessitadas.
As raízes da sua fé cristã
Com esta solenidade, a Igreja retorna às raízes da sua fé. Os restos mortais de Pedro e Paulo, dois mártires, descansam nas duas Basílicas, São Paulo Fora dos Muros e Pedro em um vasto cemitério subterrâneo, (na cripta) embaixo do altar da Basílica a ele dedicada em Roma.
Cada qual com a sua contribuição, os dois Apóstolos são formadores das primeiras Comunidades de Seguidores de Jesus. Paulo passou de um perseguidor a fervoroso defensor de Jesus. Um entusiasta da missão. “Ai de mim se eu não evangelizar” (1 Cor 9,16) dizia o Apóstolo dos gentios. “Já não sou mais eu que vivo, é cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Por causa do Evangelho, morreu decapitado.
Pedro, foi um medroso que com a graça de Jesus se tornou a pedra de alicerce na Comunidade. Quem havia negado Jesus, no fim anuncia sem medo, diante do Império Romano, o nome e a causa de Jesus, quem o matou e por quê. E a exemplo do Mestre, Pedro também terminou a sua vida sendo crucificado, só que de cabeça para baixo.
Ele se chamava Simão, não era pedra. Jesus lhe deu o apelido de Cefas ou Pedra, que depois se tornou Pedro. No entanto, este Pedro tão fraco e tão humano, igual a nós, tornou-se pedra, porque Jesus rezou por ele e disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra eu construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Foi assim que Pedro se tornou o nosso primeiro Papa.
Nossa fé cristã hoje é a mesma de Pedro e de Paulo: seguir Jesus Cristo. Por isso celebrar estes Apóstolos é recordar também a nossa história de fé, valorizar nossas raízes e as origens da nossa comunidade. Apesar das dificuldades, isso nos enche de coragem e confiança para, com Pedro e Paulo, seguir firmes na obra que Jesus nos confiou em sua Igreja.
Viva São Pedro e São Paulo, Viva o nosso Papa Leão!
* Padre Jaime C. Patias, IMC, Comunicação geral em Roma.