“Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos”.
Por Inês Regina de Lima *
Ir
Partir, cumprindo o mandato de Jesus que se expressa de forma diferente, mas é atualizado hoje nas palavras do Papa Francisco: “Igreja em saída”…
“Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade ” (Mc 16, 15) “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 28,19)
Estar
Permanecer com o povo, no lugar ao qual fomos enviadas. Assumir e amar a realidade que encontramos, contar-lhes as maravilhas que Deus fez, faz por nós e em nós. Sentir-se enriquecida numa partilha de fé que impulsiona o caminho cristão e nossa vivência missionária.
“Quando entrarem numa cidade… comam o que servirem, curem os doentes e digam: o Reino de Deus está próximo” (Lc 10, 8-9)
Vir
Voltar para contar e partilhar com a comunidade que nos enviou, com a família e amigos, o quanto é grande o dom que une os cristãos numa mesma fé, mas vivida de maneira distinta, porque é enriquecida com valores culturais do povo, etnia, língua enfim, dons a serviço do Evangelho. Vir, também significa renovar as energias físicas e espirituais, para seguir depois, doando Vida em qualquer lugar da missão.
“Vamos sozinhos para um lugar deserto para que vocês descansem um pouco” (Mc 6, 31b)
Retornar
Voltar à mesma Missão, ou a outro lugar implica: ‘desacomodar-se’, sair novamente do nosso lugar de ‘conforto’ para seguir desempenhando uma nova dimensão da Evangelização. A missionária é convidada a viver o ‘dom da itinerância’.
Retornar, é atualizar o impulso da Missão com novas energias e novo fervor.
“Jesus voltou para Nazaré, sua terra e: … ensinava na sinagoga … muitos se perguntaram: Onde arranjou tanta sabedoria? (Mc 6, 1-2)
Este modo de viver a missão é a minha experiência, pois estou voltando para Moçambique, África, quase nas vésperas de completar meus 40 anos de Consagração a serviço de Deus, dos irmãos e da Missão. Uma vida inteira partilhando com intensidade em três Continentes e cinco países.
Os jovens e os indígenas foram as duas asas que mais me ajudaram levantar voo no caminho da Santidade, pedido pelo nosso Fundador, o Bem-aventurado José Allamano: ‘primeiro santas, depois Missionárias’. Certo que, para a santidade muito ainda me falta… mas, certo é também, que quem empreende a ‘via da Missão’, entra pela “Via Sacra” caminho proposto por Jesus a todos os seus discípulos.
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”, (Mt. 16, 24) significando que o caminho da Cruz é o mesmo da Ressurreição.
Assim sendo: Boa continuação da Quaresma! Feliz Páscoa!
Rezem por mim e recebam meu carinhoso abraço.
* Irmã Inês Regina de Lima é missionária da Consolata prestes a retornar para Moçambique. Publicado no site www.mc.consolata.org.br