
A evangelização iniciou no século IV com a chegada de missionários vindos do Egito. Já possuía um bispo por volta do ano 340 da era cristã.
Por Fernando Altemeyer *
A Etiópia, oficialmente República Democrática Federal da Etiópia, é um país encravado no Chifre da África, sendo um dos mais antigos do mundo. É a segunda nação mais populosa da África e a décima maior em área. Atualmente são 113.915.000 habitantes, dos quais 1.139.150 católicos participantes de diferentes ritos, ou seja, 1% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.

O país tem uma superfície de 1.127.127 quilômetros quadrados. Faz fronteira com Sudão, Sudão do Sul, Djibuti, Eritreia, Somália e Quênia. Sua capital é Adis-Abeba com 4,5 milhões de habitantes. No país se fala amárico, inglês, tigrinua, orominia, wolaminua, italiano, árabe e dialetos espalhados pelo país.
Tem um índice de fecundidade de 4,14 filhos por mulher, uma esperança de vida de 60 anos e uma população urbana de 15,91%. É um grande produtor mundial de café e tem um grande rebanho de bovinos.
Dados Eclesiais
No país há treze circunscrições eclesiásticas católicas, sendo uma sede metropolitana de rito oriental e três eparquias, além de nove circunscrições de rito latino, sendo oito vicariatos e uma prefeitura apostólica. O episcopado conta atualmente com 21 bispos, sendo quatro de rito oriental etíope e 17 de rito latino. Há um cardeal, um núncio apostólico e dezenove bispos. Atualmente está vacante o Vicariato Apostólico de Awasa.
A organização pastoral se faz por meio de 319 paróquias e 2.128 centros de atendimento pastoral. Os ministros do povo de Deus são: 594 sacerdotes (297 padres do clero secular e 297 membros do clero religioso), sete diáconos permanentes, 275 seminaristas maiores, 94 irmãos, 777 religiosas consagradas e 2.686 catequistas.
Na Etiópia, os cristãos coptas ortodoxos são 50,6% da população, os muçulmanos somam 35,9%, os protestantes de várias denominações 10,2% e as crenças tradicionais 2,1%.
Curiosidades
A Igreja Católica de rito oriental Etíope (Metropolita com sede em Adis Abeba, Etiópia), iniciada por São Frumêncio, pai dos católicos etíopes, está conformada em quatro circunscrições eclesiásticas articuladas em 93 centros de pastoral e 220 presbíteros. São atualmente 259.580 fiéis. Atuam nesse rito oriental: um cardeal arcebispo e três bispos. Usam a língua copta antiga (gheez) e o árabe. Os cristãos etíopes se unem ao bispo de Roma em 1846.
A evangelização iniciou no século IV com a chegada de missionários vindos do Egito. Já possuía um bispo por volta do ano 340 da era cristã. Possui fortes traços da doutrina monofisita.
O Ordinariato da Eritréia foi criado em 04/07/1930 sob a jurisdição direta da Santa Sé. Em 31/10/1951 é elevado a Exarcardo Apostólico de Asmara e em 20/02/1961 torna-se diocese. O primeiro cardeal etíope é criado em 1985. O norte do país segue o rito oriental alexandrino e o sul o rito latino. Há boas relações entre coptas, a igreja ortodoxa e as igrejas protestantes.
Um total de 105 mil judeus negros emigrou para Israel em 1975. Em 2005 foi fundada a primeira universidade católica da Etiópia. A Igreja Católica atua fortemente no campo educacional com 87.552 alunos de vários níveis de escolarização. Há um número crescente de mesquitas sendo construídas no país.
Padroeiro:
São Frumêncio.
Cardeais:
- Paulos Tzadua (*1921+2003), arcebispo de Addis-Abeba de rito etíope (criado pelo papa São João Paulo II em 25/05/1985). Falecido.
- Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., (1948-vivo), Arcebispo de Addis Abeba, rito etíope, criado pelo papa Francisco em 14/02/2015, idade 72,39 anos, cardeal eleitor.
Não houve bispos da Etiópia no Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.
Cinco bispos presentes no Concílio Vaticano II de 1962 a 1965. Hoje falecidos:
- Asrate Mariam Yemmeru †, Arcebispo de Addis Abeba; Idade: 61.4
- Franz Janssen, C.M. †, Vigário Apostólico de Gimma; Idade: 53.0
- Giuseppe Mojoli †, Arcebispo Titular de Larissa in Thessalia; Núncio Apostólico para Etiópia; Cúria Romana; Idade: 60.0
- Hailé Mariam Cahsai †, Bispo de Adigrat; Idade: 70.4
- Urbain-Marie Person, O.F.M. Cap. †, Vigário Apostólico de Harar; Idade: 59.6
Cristãos Ortodoxos:
A Igreja Etíope Ortodoxa conta com 38.956.642 membros. São governados por Sua Santidade Papa Abune Paulos. A Igreja Ortodoxa Etíope, conhecida oficialmente como Igreja Ortodoxa Etíope Tewahido é uma igreja cristã ortodoxa oriental, igreja nacional da Etiópia, que fez parte da Igreja Ortodoxa Copta até 1959, quando recebeu o direito de ter seu próprio patriarca pelo Papa Ortodoxo Copta de Alexandria e Patriarca de Toda a África, o Papa Cirilo VI.

A Igreja Tewahido Etíope é uma Igreja autocéfala independente da Igreja Copta. Faz o uso da língua geez no rito alexandrino.
Mártires da Etiópia:
- São Justino de Jacobis, bispo Lazarista
- Bem-aventurado Agathange de Vendome, frade capuchinho
- Bem-aventurado Cassien de Nantes, frade capuchinho
- Bem-aventurado Michele Fasoli, frade franciscano
- Bem-aventurado Samuele Marzorati, frade franciscano
- Bem-aventurada Eliza Liduina Meneguzzi, religiosa salesiana
- Bem-aventurado Ghebre Michael, presbítero
- Bem-aventurado Liberat Weiss, frade franciscano
Missionários da Consolata na Etiópia
A história da presença dos missionários da Consolata na Etiópia remonta aos tempos do Fundador, o Padre José Allamano que expressamente desejou e pediu à Santa Sé para enviar os seus missionários àquele país, na região de Galla. Esta preferência foi motivada pelo desejo de continuar a obra apostólica do grande missionário capuchinho, a Cardeal Massaia, por quem Allamano tinha uma profunda simpatia por sua missão.
No entanto, seu desejo só pôde ser realizado em 1913, quando parte do Vicariato de Galla foi confiado aos Missionários da Consolata, que foi erigido como Prefeitura Apostólica em 28 de janeiro de 1913 com o nome de Kaffa do Sul. O Primeiro Prefeito Apostólico, Dom Gaudenzio Barlassina, IMC, foi nomeado em 6 de maio de 1913, mas só pôde chegar a Adis Abeba no final de 1916 e ainda teve que esperar mais um ano antes de poder entrar no território de sua missão.

Em 1941, com o fim da presença colonial italiana, os missionários foram expulsos do país e voltaram à Etiópia apenas em 1970, assumindo o cuidado de algumas missões do Vicariato de Harrar. Em 1980 foi-lhes confiada a Nova Prefeitura Apostólica de Meki.
Hoje trabalham na Etiópia, 22 missionários da Consolata (20 padres e 2 Irmãos) na Arquieparquia de Addis Abeba, no Vicariato Apostólico de Meki e no Vicariato Apostólico de Nekemte. Os missionários da Consolata etíopes são 18 trabalhando em diversos países. Os estudantes professos são sete.
* Perfil da Igreja católica de diferentes ritos na República Federal democrática da Etiópia. Pesquisa para o portal da Consolata realizada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br
Fontes da pesquisa: www.vatican.va; www.catholic-hierarchy.org; www.cardinals.fiu.edu; www.secam.org