A Igreja Católica na Estônia

16 de setembro de 2023

Com uma pequena presença católica (0,45% da população), o país vive um forte processo de secularização com mais da metade da população declarando-se agnósticos ou ateus.

Por Fernando Altemeyer *

Com uma superfície de 45.100 quilômetros quadrados, a República da Estônia faz fronteiras com Letônia e Rússia. Sua capital é Tallinn, com 416.536 habitantes. O país possui cerca de 1.500 ilhas.  Possui um índice de fecundidade de 1,40 filhos por mulher e uma esperança de vida de 71,57 anos. A população urbana é de 69,55%.

Estônia é a menor e a mais ocidentalizada das três repúblicas bálticas. Com o fim da União Soviética (URSS) no início dos anos 90, foi o país báltico que obteve os melhores resultados na transição ao livre comércio. Sua população divide com a Finlândia a mesma origem etno-linguística. A população é composta por estonianos 69,7%, russos 25,2%, ucranianos 1,7%, bielorrussos 1%, outras origens étnicas 2,4%. O idioma oficial é o estoniano, mas o russo é falado correntemente.

Atualmente são 1.340.000 habitantes, dos quais 6.000 católicos, ou seja, 0,45% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.

Dados Eclesiais

Há uma única circunscrição eclesiástica, com um Administrador Apostólico: dom Philippe Jean-Charles Jourdan, membro da Opus Dei, nascido em Dax, França com 63 anos de idade. O núncio reside em Vilnius, na Lituânia.

A organização pastoral se faz por meio de nove paróquias. Os Ministros do povo de Deus são quatorze sacerdotes (doze padres do clero secular e dois membros do clero religioso ou regular), quinze missionários leigos, um seminarista maior, vinte religiosas consagradas e seis catequistas.

Segundo dados de 2015, 50,7% dos estonianos declaram-se agnósticos ou mesmo ateus, 44,4% são cristãos (19,5% protestantes, 13,7% ortodoxos, sem filiação 12,1%, outros 4,9%, dupla filiação 5,8%.

Curiosidades

A evangelização inicia-se no século XI por meio de um monge francês de nome Foulques. Esteve sempre diretamente ligada à Santa Sé desde 1215, conhecida como Terra da Virgem Maria. A presença luterana e ortodoxa foi preponderante por séculos.

A primeira administração apostólica foi erigida em 1924, dirigida por Mons. Antonio Zecchini. Em seguida chegou o arcebispo Edward-Gottlieb Maraisovich Profittlich, S.J. (*11/09/1890 †22/02/1942), jesuíta alemão, que assumiu a nacionalidade estoniana. Sua morte permanece um enigma. Era o administrador Apostólico da Estônia, arcebispo titular de Hadrianopolis in Haemimonto, e provavelmente morreu na prisão de Kirov.

A comunidade católica foi destruída pelo regime totalitário soviético entre 1940 e 1941. É república independente desde 1991. O clero da Estônia em 1960 se reduziu a um único presbítero em todo país. O papa São João Paulo II visitou o país em setembro de 1993 e o papa Francisco em setembro de 2018.

Pequena presença católica na Estônia – Foto: Katoliku Kirik Eestis

Bispo mártir da igreja da Estônia:

Arcebispo Edward-Gottlieb Maraisovich Profittlich, S.J. (*11/09/1890 †22/02/1942), Administrador Apostólico da Estônia, Arcebispo titular de Hadrianopolis in Haemimonto, morto na prisão de Kirov.

Na história da Igreja Católica não houve até o momento a criação de cardeais.

Nenhum bispo estoniano participou do Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.

Nenhum bispo da Estônia no Concílio Vaticano II de 1962 a 1965

* Perfil da Igreja Católica da República da Estônia – Eesti Vabariik. Pesquisa para o Portal da Consolata preparada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior do departamento de Ciências Sociais da PUC-SP email: fajr@pucsp.br

Fontes da pesquisa:

Conteúdo Relacionado