Com grande diversidade religiosa, os católicos representam 25% da população e estão organizados em três arquidioceses e nove dioceses.
Por Fernando Altemeyer *
Com uma superfície de 801.590 quilômetros quadrados, Moçambique faz fronteiras com África do Sul, Malawi, Zwazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Sua capital é Maputo. Fala-se português, swahili, tsonga, macua, Sena, chona, chope e dezenas de idiomas nativos.
O país é rico em bauxita, titânio e alumínio, e tem uma grande produção de chá. A taxa de fecundidade no país é de 4,97 filhos por mulher, a expectativa de vida é de 42 anos e a população urbana é de 37 %.
Atualmente são 32.520.000 habitantes, dos quais 8.130.000 católicos, ou seja, 25% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.
Dados Eclesiais
Há doze circunscrições eclesiásticas, sendo três arquidioceses ou sedes metropolitanas e nove dioceses. O episcopado conta atualmente com 22 bispos. Dois cardeais eméritos, um núncio apostólico, três arcebispos na ativa e um arcebispo emérito, oito bispos diocesanos, dois auxiliares e cinco bispos eméritos. Está vacante a diocese de Pemba.
A organização pastoral se faz por meio de 308 paróquias, 684 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 641 sacerdotes (254 padres do clero secular e 387 membros do clero religioso), dois diáconos permanentes, 479 seminaristas, 109 irmãos, quinze membros de institutos seculares, 75 missionários leigos, 1.165 religiosas consagradas e 46.620 catequistas.
As demais expressões religiosas estão representadas por: Igreja Sionista de Cristo 18%, igrejas pentecostais 14,8%, ateus e sem religião 17,3%, religiões tradicionais 7,6%, muçulmanos 17,2%, Fé Bahá’í 1%.
Curiosidades
A evangelização principia com a chegada de jesuítas portugueses em meados do século 16. A prelazia de Moçambique é erigida em 21/01/1612 como prelazia apostólica independente de Goa.
Viveu em 2020 o drama do furacão devastador que matou cerca de mil pessoas deixando um rastro de miséria e doenças. Vive uma situação de guerra crudelíssima em Pemba.
O papa São João Paulo II visitou o país em setembro de 1988 e o papa Francisco de 4 a 6 de setembro de 2019.
Cardeais moçambicanos:
- Teodósio Clemente de Gouveia (1889-1962), nascido na diocese de Funchal. Falecido em Maputo. Foi criado cardeal pelo papa Pio XII em 18/02/1946.
- Alexandre José Maria dos Santos, O.F.M., Arcebispo Emérito de Maputo, nascido em 18/03/1924, com 97,46 anos. Criado cardeal em 28/06/1988 pelo papa São João Paulo II. Cardeal não eleitor.
- Júlio Duarte Langa, Bispo Emérito de Xai-Xai, nascido em 27/10/1927, com 93,85 anos. Criado cardeal pelo papa Francisco em 14/02/2015. Cardeal não eleitor.
Nenhum bispo presente ao Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.
Bispos presentes ao Concílio Vaticano II de 1962 a 1965. Hoje falecidos:
- Custódio Alvim Pereira †, Arcebispo de Lourenço Marques; Idade: 50.6
- Ernesto Gonçalves da Costa, O.F.M. †, Bispo de Inhambane; Idade: 44.1
- Eurico Dias Nogueira †, Bispo de Vila Cabral; Idade: 42.5
- Félix Niza Ribeiro †, Bispo de Tete; Idade: 49.0
- Francisco Nunes Teixeira †, Bispo de Quelimane; Idade: 55.6
- José dos Santos Garcia, S.M.P. †, Bispo de Porto Amélia; Idade: 52.4
- Manuel de Medeiros Guerreiro †, Bispo de Nampula; Idade: 74.4
- Sebastião Soares de Resende †, Bispo de Beira; Idade: 59.3
Mártires recentes em Moçambique:
• 15/02/1991 – Ariel Granada, missionário da Consolata colombiano, assassinado pela guerrilha em Massangulu.
• 22 de Março de 1992 – Vinte e quatro moçambicanos mártires catequistas de Guiúa, em processo de beatificação.
Missionários da Consolata em Moçambique
Os primeiros seis missionários que chegaram a Moçambique em 1925 estabeleceram-se na Missão de São Pedro Claver de Miruro, na atual diocese de Tete. Em 1926, alargaram a sua presença ao Niassa, fundando dois anos depois a Missão de Nossa Senhora da Consolata de Massangulo. O Niassa, assume-se como o centro de irradiação da evangelização na região.
Na atualidade, os Missionários e Missionárias da Consolata trabalham nas dioceses de Lichinga, Gurué, Nampula, Tete, Inhambane e Maputo. Estão presentes em seis províncias, de norte a sul do país, com profundas diversidades linguísticas e culturais. Para além do português, língua oficial de Moçambique, os missionários lidam com 10 idiomas diferentes: ronga, bitonga, xitswa; ndau; chinyungue; chisenga; pimbe; elomwe, macua e ciyao, do rovuma ao Maputo, do zumbo ao Índico.
Os missionários estão atentos e dispostos a responder aos novos desafios pastorais a serviço da Igreja local e da sua consolidação, dando prioridade à evangelização dos não-cristãos; acompanhamento e formação dos já cristãos, sobretudo dos agentes de pastoral; serviços qualificados à Igreja local e inserção nas novas situações/desafios missionários: juventude, família, pobreza urbana, inculturação e diálogo inter-religioso, Justiça e Paz etc.
A razão da presença dos missionários em Moçambique é e continuará a ser a evangelização dos não-cristãos. A motivação principal desta escolha está na opção do Instituto Missões Consolata pelas situações mais especificamente missionárias Ad Gentes, deixando ao clero local e a outros missionários as paróquias já consolidadas.
* Perfil da Igreja Católica da República de Moçambique – Pesquisa para o Portal da Consolata preparada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br
Fontes da pesquisa: www.vatican.va; http://www.catholic-hierarchy.org/country; http://cardinals.fiu.edu/1873-2019-country.htm; https://secam.org/