Com uma população católica de 67,2%, no país há oito circunscrições eclesiásticas, sendo duas arquidioceses e seis dioceses. São João Paulo II visitou o país em 1990.
Por Fernando Altemeyer *
A superfície de Burundi é de 27.834 quilômetros quadrados. Se falam no país o kirundi, francês e kiswahili. Sua capital é Bujumbura, com 800 mil habitantes. República proclamada em 1966, faz fronteiras com a República Democrática do Congo, o lago Tanganica, Ruanda e Tanzânia.
A taxa de fecundidade no país é de 5,28 filhos por mulher e com uma esperança de vida de 51,1 anos. A população urbana é de apenas 10%. A composição étnica é de 85% de hutus e 14% tutsis. Burundi é um grande produtor de café, que representa 60% das suas exportações.
Atualmente o país tem 13.365.000 habitantes, dos quais 8.981.000 católicos, ou seja, 67,2% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.
Curiosidades eclesiais
No Burundi há oito circunscrições eclesiásticas, sendo duas arquidioceses ou sedes metropolitanas e seis dioceses. O episcopado conta atualmente com onze bispos: dois arcebispos na ativa, um arcebispo emérito, seis bispos diocesanos e dois eméritos. A Nunciatura Apostólica encontra-se vacante.
A organização pastoral da Igreja Católica se faz por meio de 164 paróquias, 1.323 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 696 sacerdotes (600 padres do clero secular e 96 membros do clero religioso), 609 seminaristas, 203 irmãos, 144 membros de institutos seculares, 12 missionários leigos, 1.733 religiosas consagradas, 5.187 catequistas.
De outras religiões, os muçulmanos são 3%, os protestantes 24% e as religiões nativas 6%.
Curiosidades
A evangelização principia com a chegada dos padres Brancos em Rumonge, em 1879. Três missionários são mortos e a missão é fechada em 1881. Em 1898 é fundada a primeira missão permanente. Em 1912 é erigido o Vicariato Apostólico do Kivu. A hierarquia é estabelecida em 1959. O clero local começou a ser ordenado em 1925. O primeiro bispo do Burundi foi sagrado em 1959. O papa São João Paulo II visitou o país em setembro de 1990.
Um grande massacre fez perecer 200 mil pessoas desde 1993, com mais de um milhão de refugiados. O núncio papal, o arcebispo irlandês Michael Aidan Courtney foi assassinado em 29/12/2003. Há uma crise alimentar estrutural no país, que gera a fome nas multidões burundinenses.
Nenhum cardeal até hoje na história da Igreja do Burundi.
Nenhum bispo presente ao Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.
Os bispos presentes ao Concílio Vaticano II de 1962 a 1965 (todos falecidos), foram:
- André Makarakiza, M. Afr. †, Bispo de Ngozi; Idade: 46.2 anos.
- Antoine-Hubert Grauls, M. Afr. †, Arcebispo de Gitega; Idade: 64.7
- Émile André Jean-Marie Maury †, Arcebispo Titular de Laodicea na Frígia; Núncio para Senegal, Congo, RDC e Burundi; diretamente ligado a Cúria Romana; Idade: 58.3
- Joseph Martin, M. Afr. †, Bispo de Bururi; Idade: 62.4
- Michel Ntuyahaga †, Bispo de Bujumbura; Idade: 52.8
- Nestor Bihonda †, Bispo Auxiliar de Gitega; Idade: 41.7
Mártires recentes da Igreja em Burundi em processo de canonização:
“Em 17 de maio de 1972 o padre Michel Kayoya de 38 anos foi assassinado. Sacerdote, poeta e filósofo, sustentava que as diferenças étnicas mais do que uma ameaça são uma riqueza e dom recíproco. Preso por um grupo de milicianos junto com outros padres e leigos, morreu cantando os salmos e o Magnificat.
Em 30 de setembro de 1995 martirizados dois xaverianos italianos, padre Ottorino Maule e padre Aldo Marchiol e a voluntária leiga italiana Catina Gubert. Catina prestava serviço na missão de Buyengero para a promoção das mulheres. O serviço para os pobres independente do grupo étnico custou-lhes a vida.
Em 30 de abril de 1997 foi a data da morte de quarenta seminaristas de Buta que preferiram morrer do que dividirem-se segundo as etnias. Quando receberam a ordem dos rebeldes para que se dividissem em hutu e tutsi eles responderam que eram simplesmente seminaristas e se sentiam irmãos. Por isso todos foram mortos. No local da sepultura dos seminaristas surgiu o Santuário da fraternidade, já conhecido internacionalmente” (Vatican News, 25/07/2019).
* Perfil da Igreja Católica da República do Burundi – Republika y´u Burundi. Pesquisa para o Portal da Consolata feita pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br
Fontes da pesquisa: www.vatican.va; www.catholic-hierarchy.org; cardinals.fiu.edu; secam.org