Seminaristas reunidos na Paraíba refletem a vida missionária da Igreja

4º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas reúne em João Pessoa (PB), mais de 350 participantes de todo o Brasil.

“Recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo” (At 1,8). Com essa frase o secretário geral da Pontifícia União Missionária em Roma, Padre Dinh Nhue Nguyem OFMConv, iniciou, nesta terça-feira (12), a primeira conferência do 4º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (4COMINSE).

O Padre abordou o tema “Porque e para quê a missão ad gentes?”, a partir da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2022. A primeira manhã do Congresso também teve um painel temático e partilhas sobre experiências missionárias.

Padre Dinh Nhue Nguyem OFMConv, Secretário geral da Pontifícia União Missionária em Roma.

O Padre Nguyem lembrou o ensinamento de Jesus aos seus discípulos de que todos devem ser missionários, assim como o próprio Cristo, o primeiro enviado do Pai e, portanto, sua testemunha fiel. A Igreja, que continua a missão dos discípulos, assume a mesma tarefa de evangelizar o mundo e ser testemunha de Cristo, graças ao Espírito Santo presente em seu meio.

Abordando o documento do Papa Francisco, o padre expôs para os seminaristas que todo cristão deve construir sua vida pessoal levando em consideração a importância da missão. “Os discípulos são enviados não apenas para fazer missão, mas para vive-la, para ser uma autêntica testemunha. A missão não se restringe a apenas uma atividade da Igreja. A Igreja é missão”, explicou.

O padre destacou o amor como a primeira motivação que deve conduzir o cristão a testemunhar. A obra de evangelização deve surgir a partir da experiência de ser salvo por Jesus, para que se testemunhe com palavra e ações, em todos os lugares. A expressão presente em At 1, 8, “até os confins do mundo”, pede para os cristãos irem sempre mais além, mantendo vivo o espírito de evangelização na Igreja.

O conferencista encerrou a conferência alertando os seminaristas do risco de reduzir a atividade missionária a um ativismo, ação que deve ser evitada tendo sempre como protagonista da missão o Espírito Santo, que possibilita o missionário a encontrar os momentos oportunos de evangelizar e a entender o motivo fundamental da missão. Por isso, a preocupação do discípulo é tão somente deixar-se ser guiado pelo Espírito.

Padre Antônio Niemec, Secretário Nacional da PUM.
Painel temático

Após a conferência, a superiora provincial das Irmãs da Imaculada, Irmã Regina da Costa Pedro PIME, abriu o primeiro painel temático do Congresso falando sobre quatro formas para se realizar a missão ad gentes. De acordo com a religiosa, a primeira maneira é como uma testemunha, o que ressalta a importância do exemplo da vida cristã. A segunda forma deve ser uma combinação de ousadia e humildade. A terceira maneira deve ser sempre em saída, indo mais longe, para que a evangelização alcance o maior número de pessoas. Por fim, a missão também deve ser realizada com abertura à ação do Espírito Santo.

O Padre Antônio Niemiec, CSsR encerrou o painel temático falando sobre a missionariedade como indicativo de maturidade do candidato ao sacerdócio. Um seminarista que não está aberto à missão exigida pela Igreja demonstra ainda uma fé imatura. Ele ressaltou que todos os cristãos são consagrados à missão, pelo Batismo e que negar essa identidade é negar a própria Fé.

Seminaristas partilham experiências de missão.
Experiências missionárias

Ainda dentro das atividades do primeiro dia do 4COMINSE, os seminaristas conheceram relatos sobre experiências missionárias realizadas na Arquidiocese de Santarém, no Estado do Pará. O Padre Rubinei Valente Coelho lembrou que em sua época de seminarista o que lhe motivava a realizar as missões que lhe eram pedidas era tão somente a obediência ao Bispo. Motivação que mudou após experimentar uma atividade missionária em Santarém, quando ele pode conhecer mais de perto os desafios que muitas cidades interioranas enfrentam. A partir daquela experiência ele se percebeu com mais clareza como membro de uma Igreja missionária.

Já o seminarista Weverton de Castro Mauricio relata de sua experiência em Santarém que a realidade das comunidades ribeirinhas às quais visitou lhe fizeram perceber a necessidade da presença da Igreja naqueles locais, que ainda é muito escassa. É uma realidade que clama a presença da Igreja na vida das pessoas. Para o seminarista, a experiência veio ao encontro do desejo dos Bispos do Regional Nordeste II em estimular nos seminaristas o ardor missionário.

Fonte: POM

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