Os missionários da Consolata em Taiwan festejaram, no dia 21 de setembro de 2024, os primeiros 10 anos de presença naquele país da Ásia. As celebrações tiveram lugar com uma missa na paróquia Sagrado Coração de Jesus em Hsinchu, administrada pelos missionários desde 2017.
Por Marco Bello *
Os inícios
Era 12 de setembro de 2014 quando três missionários aterrizaram no aeroporto de Taoyouan, em Taipé. Assim começou a aventura do Instituto fundado pelo Bem-aventurado José Allamano em Taiwan. Eram os padres Eugenio Boatella (Espanha), Mathews Odhiambo Owuor (Quênia) e Piero de Maria (Itália).
Atualmente trabalham no país sete os missionários IMC. Alguns partiram e outros chegaram. O padre Jasper Kirimi, do Quênia, que chegou em 2017, é o atual coordenador do grupo. Trabalha com ele em Hsinchu, padre Caius Moindi, também do Quênia.
Os padres Bernado Kim (Coreia) e Antony Chomba (Quênia) tomam conta da paróquia de São José em Xinpu, uma cidade perto de Hsinchu, enquanto o padre Emanuel Temu (Tanzânia) é encarregado da paróquia de Xinfong, a terceira administrada pelos Missionários da Consolata em Taiwan. Os Padres Thiago Giacinto da Silva (Brasil) e Pablo Souza Martin (Argentina) atualmente estão estudando chinês.
A voz do bispo
A celebração do 10º aniversário contou com a presença do bispo de Hsinchu, dom John Baptist Lee, e do encarregado de negócios da Nunciatura Apostólica chinesa em Taipé, dom Stefano Mazzotti.
Na sua longa homilia, dom Lee começou dizendo: “Hoje é um dia de alegria porque celebramos 10 anos de contribuição e sacrifícios dos Missionários da Consolata na diocese de Hsinchu. Não é um período longo na história da Igreja em Taiwan, mas quando alguém chega a esta terra enfrenta grandes desafios e dificuldades e a Consolata, mostrou-nos a graça de Deus. Na ausência de vocações, a diocese de Hsinchu está muito grata pela generosidade da Consolata em ajudar no trabalho pastoral”.
O bispo sublinhou depois como a origem dos missionários mudou: “A Congregação para a Evangelização dos Povos do Vaticano viu um grande número de missionários africanos a trabalhar na Europa, invertendo a regra de que os missionários vindos do velho Continente costumavam ir para África evangelizar. Agora, a boa notícia é que os vemos chegar a Taiwan, à diocese de Hsinchu”.
O bispo Lee apelou aos cristãos locais para que “trabalhem com os missionários, os apoiem e os ajudem nas suas necessidades missionárias”. Porque, disse ele, “afinal, cada um de vocês é um missionário e é vosso dever participar na evangelização, vivendo plenamente a sinodalidade”.
A Consolata em Taiwan
O padre Jasper Kirimi, que chegou em 2017 e é o coordenador dos missionários no país, disse-nos após a celebração: “Foi emocionante. Antes de mais, porque vi estes vídeos com os testemunhos dos missionários que trabalharam aqui (depois da missa, foram projetados vídeos de saudações e votos de felicidades). Trabalhei com todos e já lá vai muito tempo. Quando cheguei, não pensava ficar tanto tempo, porque era muito difícil. Aprender esta língua e uma cultura tão diferente. No entanto, ainda aqui estou.
Em segundo lugar, a participação de pessoas hoje foi muito importante. Penso que elas também vieram até a Consolata. Isto significa que existe um novo ponto de referência que une os cristãos em Taiwan, e é precisamente a Consolata. O padre José Allamano, que está prestes a tornar-se santo, penso que nunca imaginou que viria para esta terra. Taiwan é muito diferente da África e da América Latina. Estamos aqui para aprender uma nova forma de fazer missão”, concluiu o padre Jasper.
Da Ásia
Uma delegação de missionários da Consolata da Mongólia e da Coreia do Sul deslocou-se a Taiwan para a ocasião: da Mongólia, o padre Dieudonné Mukadi Mukadi (congolês) e da Coreia, os padres Peter Han Kyeong Ho (coreano) e Clement Kinyua Gachoka, atual superior IMC da Região Ásia.
Segundo o padre Clement: “Somos a presença mais jovem da diocese. Onze missionários da Consolata estão em Taiwan desde 2014, e quero agradecer a todos pelo seu contributo. É uma presença jovem, que enfrentou muitos desafios: a língua, a cultura, a luta pela adaptação.
Por outro lado, houve a perseverança e a colaboração da Igreja em Hsinchu, em todos os sentidos. A celebração dos primeiros 10 anos dá-nos esperança de que, apesar dos desafios, das dificuldades e dos receios, o caminho continuará e esta presença será significativa”, disse.
Pensando no Bem-aventurado José Allamano, padre Clemente diz-nos: “Estamos a um mês da sua canonização e a pouco mais de um ano do centenário da sua morte. Creio que ele ficará feliz e olhará para nós com orgulho e estima, porque vê que estamos a percorrendo o caminho do sonho que ele tinha para a missão. Isto nos encoraja a responder aos desafios atuais da Igreja em Hsinchu.
* Marco Bello, diretor da revista Missioni Consolata, desde Hsinchu (Taiwan) com a ajuda de Lucia Ku (para as traduções).