
“Uma das expressões mais estruturais da desigualdade social e da injustiça social e ambiental é a negação sistemática, por parte do Estado brasileiro, do acesso dos povos indígenas e comunidades tradicionais a seus territórios. Aquilo que é o mais substancial e essencial ao seu sentido de ser. Aquilo que lhes foi roubado. É uma expressão da desigualdade social e ambiental … Ainda tem uma outra expressão, se cabe mais radical, da desigualdade social e ambiental no nosso país, que é o fato de uma sociedade onde os interesses econômicos e políticos determinam quem deve viver e quem deve morrer.”
Assim inicia sua contribuição Luis Ventura, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ao evento que discute “Justiça Social e Sustentabilidade: Caminhos para COP 30”, organizado pela Frente Parlamentar Mista pelo Combate às Desigualdades, no último dia 5 de novembro, no Salão Nobre da Câmara Federal.
Assista ao video com a acontribuição de Luis Ventura, secretário-executivo do Cimi
Luis Ventura assegura que “não podemos viver mais noites de terror neste país como esta madrugada em Pyelito Kue”, retomada Guarani e Kaiowá (MS) que viveu a segunda noite, consecutivas, de ataques após criação de grupo para tratar de demarcações. Para que isso não siga acontecendo, é preciso que “trabalhemos juntos para que o Supremo Tribunal Federal, em cumprimento de sua missão institucional, declare inconstitucional a Lei 14.701 e permita o avanço da demarcação dos territórios indígenas, e, por fim, trabalhamos juntos na COP30, mas para trabalhar juntos, insisto, nós precisamos ir para a COP30 defendendo, primeiro, a medida mais eficiente para o enfrentamento ao colapso ambiental passa pela regularização dos territórios, passa pela demarcação dos territórios indígenas”, aponta o secretário do Cimi.
O encontro reuniu parlamentares, representantes da sociedade civil e movimentos sociais para dialogar sobre os desafios e soluções rumo à COP30. O foco é o enfrentamento das desigualdades socioambientais, a segurança alimentar e o fortalecimento dos povos e comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.
Fonte: Cimi


