
Em Muxúnguè, província de Sofala (Centro de Moçambique), no âmbito da implementação do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo, o maior partido da oposição no País, foi encerrada, nesta terça-feira (14), uma segunda base do partido cujos guerrilheiros perpetravam ataques naquela região.
Por Hermínio José *
Ao longo de 14 dias, 251 ex-combatentes (incluindo 7 familiares dos combatentes falecidos) passaram pelo processo de desarmamento e desmobilização e chegaram em segurança às suas famílias.
De acordo com um comunicado, a inspeção e encerramento da base de Muxúnguè esteve a cargo de membros do Grupo Técnico Conjunto para o DDR (GTCDDR) e do Grupo Técnico para Monitorização e Verificação (GTCMV), juntamente com membros da equipe do Secretariado do Processo de Paz (PPS), peritos em desarmamento e um médico. Também estiveram presentes representantes do governo local e da Polícia para salvaguardar a entrega da base e das armas, bem como em todas as operações em Muxúnguè .
Ex-guerrilheiros reencontram suas famílias
O comunicado avança, ainda que o sentimento entre os ex-combatentes é de esperança e expectativa, uma vez que os ex-combatentes estão ansiosos por regressar às suas casas e iniciar um novo capítulo nas suas vidas.
“O DDR não é uma tarefa fácil e os desafios são inevitáveis, contudo, o compromisso assumido de seguir em frente prevalece e, um fator importante, o encerramento da base de Muxúnguè assinala o marco de 10% (de Dondo e Muxungwe) do total de beneficiários que regressaram a casa (554 de 5.221)”, lê-se no documento.
Analista afirma que é um ato rumo à paz efectiva
Entretanto, para analisar este ato, a reportagem do Vatican News, em Maputo, por telefone buscou a reação do académico e analista político, Calton Cadeado, para quem o encerramento da base da Renamo em Muxúnguè é um sinal de restauração da paz efetiva em Moçambique e um grande passo para a própria Renamo.
Grupo de Contacto satisfeito com o processo do DDR
No comunicado, o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, manifesta o seu reconhecimento pelos esforços incansáveis das partes, dos grupos de trabalho, dos representantes do governo local, dos serviços de segurança e dos líderes comunitários e do povo de Moçambique, que apoiam este processo de variadas formas.
* Hermínio José, de Maputo, Moçambique, para VaticanNews