Leão XIV: não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança

Com os representantes de diversas Associações Católicas e com os Pastores das Igrejas na Terra Santa, o Pontífice reiterou com veemência: “não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança. Os povos têm necessidade de paz: quem os ama verdadeiramente trabalha pela paz”.

Por Vatican News

Na homilia da Missa celebrada antes do Angelus na Paróquia Pontifícia Santa Ana, Leão XIV havia enfatizado que “povos inteiros são hoje esmagados pela violência e, mais ainda, por uma despudorada indiferença, que os abandona a um destino de miséria”. E acrescentou que não devemos nos resignar diante desses dramas, “mas proclamar com a palavra e com as obras que Jesus é o Salvador do mundo, Aquele que nos liberta de todo mal”.

Como que complementando seu raciocínio – da janela do apartamento pontifício, depois de rezar a oração mariana do Angelus e antes de saudar, entre outros, os peregrinos da Diocese de Mindelo, em Cabo Verde, Angola e da cidade do Porto presentes na Praça -, o Pontífice dirigiu-se, em primeiro lugar, “aos representantes de diversas associações católicas empenhadas na solidariedade com o povo da Faixa de Gaza”:

Caríssimos, aprecio a vossa iniciativa e as muitas outras, que em toda a Igreja expressam proximidade aos nossos irmãos e irmãs que sofrem naquela martirizada terra. Convosco e com os Pastores das Igrejas na Terra Santa, repito: não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança. Os povos têm necessidade de paz: quem os ama verdadeiramente trabalha pela paz.

Papa Leão presidiu à missa na paróquia de Santa Ana. Fotos: Vatican Media

Mais de 450.000 pessoas fugiram da Cidade de Gaza. Estima-se que 90% da população da Faixa de Gaza, devastada por mais de 23 meses de guerra, foi forçada a deixar suas casas, em muitos casos várias vezes. Mas também há aqueles que não conseguem se deslocar: idosos, pessoas com deficiência e famílias que não podem mais viajar.

A crise humanitária piora a cada dia. A Faixa de Gaza sofre com a fome generalizada, a maior parte da infraestrutura foi destruída por bombardeios e os poucos hospitais que ainda funcionam carecem de medicamentos, equipamentos e pessoal. “Estamos caminhando para o desconhecido. Nenhum de nós sabe realmente para onde ir.”, afirmou  Faris Swafiri à Agência Associated Press

Para acomodar os refugiados que fogem da cidade, segundo as autoridades israelenses, há uma zona humanitária um pouco mais ao sul de Khan Younis: teria aproximadamente 42 quilômetros quadrados, mas, segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), isso não é suficiente para acomodar todos: “Eles esperam que talvez mais de 2 milhões de pessoas sejam abrigadas em 42 quilômetros quadrados. Uma área comparável ao tamanho de Manhattan, cerca de 58 quilômetros quadrados para 1,6 milhão de habitantes”, comenta Jacob Granger, coordenador de emergência de MSF em Gaza.

Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado Palestino

Neste domingo, o Reino Unido, o Canadá e a Austrália reconheceram o Estado Palestino. Pelo menos dez outros países deverão fazer o mesmo na segunda-feira, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Atualmente, o Estado da Palestina é reconhecido por 150 países. Os Estados Unidos vetaram a adesão plena da Palestina às Nações Unidas em 2024.

“O Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece sua cooperação para construir a promessa de um futuro pacífico tanto para o Estado da Palestina quanto para o Estado de Israel”, declarou o primeiro-ministro canadense, Mark Carney. O Canadá foi a primeira nação do G7 a reconhecer oficialmente a Palestina. Mark Carney já havia antecipado a decisão no final de julho, já que muitos países ocidentais estão cada vez mais fartos da intensificação da guerra em Gaza.

Poucos minutos depois, a Austrália também reconheceu a Palestina, formalizado em uma declaração do primeiro-ministro Anthony Albanese.

“Hoje, para reavivar a esperança de paz entre palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”, afirmou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer em uma publicação no X, formalizando seu reconhecimento do Estado palestino. A medida — anunciada há dias — faz parte de um “esforço internacional coordenado” com o Canadá e a Austrália.

Ao final do tradicional encontro dominical, antes de agradecer a presença de todos e desejar um bom domingo, o Santo Padre dirigiu uma “recordação especial” às pessoas doentes de Alzheimer e Ataxia.

De fato, neste 21 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, data escolhida pela Alzheimer Disease International (ADI) e que também institui o Dia Nacional de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer no Brasil, em setembro, conhecido como o Mês de Setembro Lilás. Esta data serve para aumentar a conscientização sobre a doença, destacar os sintomas e incentivar a adoção de medidas para prevenir ou atrasar o seu aparecimento.

O mês de setembro também é dedicado às pessoas afetadas pela ataxia, em particular o dia 25 (International Ataxia Awareness Day-IIAD).

Ataxia é uma síndrome neurológica caracterizada por falta de coordenação e desequilíbrio, afetando a marcha, a fala e os movimentos oculares, resultando em movimentos descoordenados e desajeitados, com dificuldade para realizar tarefas diárias como andar e comer. É causada por disfunções em várias partes do sistema nervoso, especialmente no cerebelo, e pode ter causas genéticas, degenerativas, vasculares, infecciosas, traumáticas ou até mesmo ser um efeito colateral de medicamentos ou intoxicação.

Fonte: Vatican News

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