Cuidar de si mesmo para acompanhar o crescimento dos outros. Este foi o tema de estudo orientado por Irmã Pina del Core, FMA, na sexta-feira, dia 6, no curso de formação permanente para formadoras do Instituto Missões Consolata que acontece de 2 a 17 de setembro em Roma.
Por Marcelo De Losa e Jaime C. Patias *
Irmã Pina del Core foi presidente da Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação “Auxilium”, em Roma, durante nove anos. É psicóloga e psicoterapeuta com uma longa experiência de trabalho no campo da educação e da formação. A 19 de janeiro de 2021, foi nomeada pelo Papa Francisco Consultora da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Neste vídeo (em italiano) produzido pela Secretaria para a Comunicação, Irmã Pina del Core afirma que “no atual contexto de complexidade e mudança, a formação deve ser repensada e, portanto, também a figura do formador, que desempenha uma tarefa fundamental no processo formativo, um ponto de referência crucial para o futuro das novas gerações que entram na Vida Consagrada”. Segundo a religiosa, no coração da formação “está a figura do formador e da comunidade formadora”.
O tema ofereceu uma oportunidade para refletir sobre o perfil e o papel do formador na estrutura pessoal e nas modalidades de formação hoje. “Há exigências especiais para o formador, não só a competência intelectual, mas também o conhecimento dos seus recursos pessoais e a capacidade de viver com as suas próprias fragilidades e vulnerabilidades”, explicou a Irmã Pina.
“O formador é uma pessoa-chave chamada a compreender as exigências do seguimento de Cristo na missão ad gentes. Por isso, ele deve ter uma identidade clara para comunicar o carisma aos jovens”, lembrou a religiosa e observou que “há pontos críticos que devemos ter em mente para o discernimento vocacional e o acompanhamento. O formador não é um psicólogo e não pode sê-lo, mas muitas vezes ele se vê agindo como tal. Em todo caso, é preciso muita atenção, discernimento, prudência, cuidado e amor”, disse a assessora.
Concretamente, é importante criar um ambiente comunitário de liberdade que dê espaço para decidir, discernir, tomar a formação nas próprias mãos, num ambiente nem demasiado permissivo nem demasiado rígido.
“Uma das dificuldades enfrentadas pela autoridade é a falta de confiança, a dificuldade de acreditar e confiar nas pessoas que lhe são confiadas, e depois o perigo da autorreferencialidade ou de criar dependência”.
A Irmã Pina apresentou então, o “modelo de autoridade geradora. Uma paternidade capaz de gerar o sentido da vida, de ajudar a amadurecer e a exprimir a própria identidade. A formação transforma-se assim em algo gerador, favorecendo a dimensão mais profunda do ser humano. No processo de formação na perspectiva da generatividade, no centro de tudo está a relação e o cuidado das pessoas, a escuta ativa e participativa e a confiança mútua”.
Outros aspectos desenvolvidos durante a reflexão foram a autonomia, a confiança, a liberdade e a responsabilidade nas comunidades de formação.
* Padre Marcelo De Losa, formador na CAF de Buenos Aires e padre Jaime C. Patias, Secretariado para a Comunicação.