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A 35ª edição da Peregrinação da Família Missionária da Consolata a Fátima realiza-se este sábado, dia 22 de fevereiro. Este ano, a iniciativa decorre com uma particularidade que a distingue das anteriores – é a primeira desde que José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, tem a sua santidade reconhecida.
Por Juliana Batista *
A Peregrinação contará com a presença do Vice-Superior Geral dos Missionários da Consolata, Padre Michelangelo Piovano, do Conselheiro Geral, Padre Mathews Odhiambo Owuor e do Superior da Região Europa, Padre Gianni Treglia. A Santa Missa, na Basílica da Santíssima Trindade será presidida por Dom Osório Citora Afonso, IMC, bispo auxiliar da Arquidiocese de Maputo e secretário da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM).
A canonização de Allamano ocorreu no passado dia 20 de outubro, e levou a Roma milhares de pessoas próximas dos Missionários e Missionárias da Consolata, incluindo muitos jovens, que agora se preparam para participar na Peregrinação da Consolata, ainda repletos de memórias da viagem a Itália.
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Maria Nunes, Diogo Santos e Lia Leal são um exemplo disso. “Conhecemos Allamano há muito tempo e não queríamos perder a oportunidade de ir a Roma com as pessoas que conhecemos ao longo do ano no grupo dos Jovens Missionários da Consolata. O que mais nos surpreendeu foi a vigília que antecedeu a canonização, uma vez que conseguimos ver a família da Consolata toda unida. Eram pessoas de muitas nacionalidades. Foi giro ouvir cânticos que nós cantamos em português, mas noutras línguas.”
Mariana Leal, Gabriel Fernandes e Cristóvão Santos comoveram-se ao escutar a voz de quem presenciou um milagre. “Foi extraordinário testemunhar algo tão importante para as duas congregações que Allamano fundou. Foi agradável assistir à sua canonização. A cerimónia reuniu no mesmo sítio tantas pessoas de várias partes do mundo. Vê-las juntas e perceber como elas se conhecem todas foi incrível, assim como o testemunho da médica e da irmã que presenciaram o milagre que levou à canonização de Allamano. Foi intenso ver tanta gente que dá a vida pelos outros. É algo raro, mas ali encontravam-se muitas pessoas assim.”
Mariana Souza, Rodrigo Nunes e Waynne emocionaram-se ao assistir a reencontros de quem não se via há muitos anos. “Foi uma oportunidade única estar na cerimónia de canonização e conseguir ver, em tempo real, a passagem de beato a santo. Gostámos de estar em comunidade. Foi muito bom ver os monumentos e a atenção ao detalhe. Gostámos de ver missionários de todo o mundo a reencontrarem-se depois de tantos anos sem se verem. A vigília que precedeu a cerimónia de canonização foi fantástica e gostámos de ouvir o testemunho de todos. Esta viagem fortaleceu a nossa ligação como grupo. O facto de terem ido tantos missionários de todo o mundo para celebrar o mesmo momento com tanta alegria foi algo de inesquecível.”
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Luísa Gaspar, Miguel Vaz e Mafalda Cardoso ficaram impressionados com o milagre que levou à canonização de Allamano, mas também com os paladares da gastronomia italiana. “Foram dias cansativos e alegres, que nos uniram e fizeram memórias inesquecíveis. O que mais nos surpreendeu foi a Basílica de São Pedro e o sabor da pizza que comemos na escadaria da Igreja de Jesus. Ver o Papa e conhecer a história que levou Allamano a ser canonizado impressionou.”
A riqueza cultural e arquitetónica de Roma fascinou Alexandre Rocha, Filipe Cunha, Ângelo Machado e Francisco Carreira. “Conhecemos pessoas de Itália, Espanha, Reino Unido, França, Estados Unidos da América, Brasil, Tanzânia, Quénia e Jamaica. Roma foi o berço do Império Romano e, por isso, estávamos sempre a passar por algum monumento romano, algo que gostámos bastante. O fim de semana em Roma foi o suficiente para desejar voltar. Visitámos o Vaticano, Castelo Sant’Angelo, o Monumento a Vítor Emanuel II, o Coliseu, a Fontana di Trevi e o Panteão. O que mais impressionou foi a dimensão, história e beleza das estruturas.
A missa no Vaticano foi sem dúvida o momento mais grandioso da visita, pois assistimos a uma celebração eucarística na maior basílica do mundo, ou seja, o maior símbolo da religião católica do Ocidente. Foi interessante saber como é a cerimónia de uma canonização. Foram dias muito intensos, cheios de sentimentos e momentos que nunca mais vamos esquecer. Esta viagem permitiu viver a diversidade da Igreja Católica.” Após a deslocação a Roma, os jovens regressaram a Portugal repletos de alento, em sintonia com o tema do ano jubilar e da peregrinação que se aproxima – “Peregrinos de esperança”.
* Juliana Batista é jornalista da revista Fátima Missionária.