Os missionários e leigos da Consolata de Manaus, junto com lideranças e fieis da paróquia Santa Luzia e da Área Missionária Família de Nazaré se reuniram para celebrar a primeira festa litúrgica de São José Allamano.
Por Júlio Caldeira *
Durante a celebração eucarística realizada em honra a São José Allamano, o Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), expressou sua gratidão pela presença dos missionários e leigos da Consolata na Amazônia, especialmente em Roraima, junto aos povos indígenas.
“Nós, na Arquidiocese de Manaus, somos muito gratos pela presença da Consolata. Mas eu queria deixar um agradecimento especial pela presença de vocês em Roraima, especialmente com os povos indígenas. Vocês sabem o bem que fazem, mas provavelmente não sabem o bem que são como consoladores junto aos povos que não têm muita perspectiva de vida e que vocês ajudam. Muito obrigado em nome dos nossos povos indígenas e muito obrigado em nome de nossa arquidiocese”, afirmou Dom Leonardo.
A celebração contou com a participação de missionários e leigos da Consolata, além de lideranças e fiéis da Paróquia Santa Luzia, da Área Missionária Família de Nazaré e de outras localidades de Manaus. Presidida por Dom Leonardo e concelebrada pelos padres Neo e Antony (Santa Luzia), Gabriel, Julio e José Martín (AMFN e Noviciado), Izaías Nascimento, Ricardo Castro e frei Paulo (Arquidiocese de Manaus), a eucaristia foi a primeira celebração da Consolata em Manaus dedicada a São José Allamano desde sua canonização em outubro de 2024.
Vida e legado de São José Allamano
Em sua homilia, Dom Leonardo destacou a vida e o legado de São José Allamano, ressaltando sua trajetória de fé, humildade e perseverança no caminho da bem-aventurança. “Esse é um momento muito especial. São José Allamano é uma inspiração, é aquele que viveu o texto do evangelho que acabamos de ouvir: Bem-aventurados. Um poeta hebreu chamado André diz que o melhor seria dizer ‘em marcha, a caminho’, pois os pobres são bem-aventurados. Isso representa bem o santo que estamos celebrando”, afirmou.
O arcebispo enfatizou a disposição de Allamano em seguir adiante, mesmo diante das dificuldades. “Ele foi aquele que se colocou a caminho na necessidade, na sua pobreza, na sua humilhação, na sua humildade. E Deus o transformou, tornando-o bem-aventurado, caminhando na aventura da fé. Aqueles que escutam a Palavra de Deus e se colocam a caminho não retrocedem, mesmo diante das lágrimas, das calúnias e das injustiças”, acrescentou.
Dom Leonardo também ressaltou que a trajetória de Allamano inspira os fiéis a permanecerem firmes na fé e na esperança. “Nós somos provocados a estar sempre a caminho, sem receio das humilhações, dos maldizeres, das tristezas e dos dissabores. Caminhar sempre, porque esse é o caminho que nos transforma e nos santifica”, pontuou.
Árvore frondosa com muitos frutos
Comparando a vida do santo a uma árvore frondosa cujas raízes buscaram as águas da plenitude da vida, o arcebispo destacou o impacto de sua missão na Igreja e no mundo. “Fez nascer no coração de muitos irmãos o desejo de serem consoladores e, no coração de muitas mulheres, o desejo de serem consoladoras, como Nossa Senhora Consolata. Até hoje, é uma árvore frondosa na Igreja, na Amazônia e no mundo inteiro.”
Encerrando sua homilia, Dom Leonardo convocou os fiéis a seguirem o exemplo de Allamano. “Louvemos e bendigamos a Deus por essa vida. Deixemo-nos encantar e atrair por ela, para que não sejamos pessoas inúteis e deserto, mas terra boa, árvores frondosas que deem muito fruto. Sejamos peregrinos de esperança, sempre animados pela esperança que Jesus nos traz. Continuemos a caminhar, como fez José Allamano.”
A celebração reforçou o compromisso cristão de permanecer fiel à missão de evangelização, mesmo diante dos desafios, e reafirmou o papel inspirador de São José Allamano na caminhada de fé da Igreja.
* Padre Júlio Caldeira, IMC, missionário em Manaus (AM)
