Bem-aventurada Aguchita

Irmã Maria Agustina Rivas López foi assassinada por ódio à fé, em 1990.

Por Fides

Dia 7 de maio em San Ramón, Peru, foi beatificada Maria Agustina Rivas López, chamada Aguchita, freira da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, assassinada por ódio à fé em 1990 – lembrou o papa Francisco após a oração do Regina Coeli no domingo, 8. Esta heroica missionária, mesmo sabendo que arriscava a vida, sempre se manteve próxima dos pobres, especialmente das mulheres indígenas e camponesas, testemunhando o Evangelho da justiça e da paz. Que o seu exemplo desperte em todos o desejo de servir a Cristo com fidelidade e coragem. A Igreja peruana vem preparando há algum tempo, com várias iniciativas, a beatificação que aconteceu no sábado 7 de maio no Vicariato Apostólico de San Ramón – mesmo local onde a religiosa foi assassinada – e foi presidida pelo Cardeal Baltazar Enrique Porras, Arcebispo de Mérida e Administrador Apostólico de Caracas, enviado do papa Francisco, com a participação de milhares de fiéis.

Fotos da Beatificação

Celebración de Beatificación de Aguchita

“O martírio de Irmã Agustina tem vários rostos que devem ser levados em conta”, destacou o Cardeal em sua homilia. “Em primeiro lugar, a insensatez da violência, do crime, da injustiça e da nefasta das ideologias para as quais a vida humana não conta. O uso indiscriminado de armas só deixa morte e desolação, não resolve os problemas reais da convivência humana”. À luz da Palavra e da força da Eucaristia, o Cardeal convidou, como crentes, a cultivar “as vocações à vida sacerdotal, à vida consagrada, à presença estável de líderes leigos que abrem espaço à multiplicidade de dons que o Espírito Santo semeia em todos”.

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Para Irmã Agustina “o martírio não foi um improviso, mas o holocausto final de amor pela sua vocação”, sublinhou, recordando que “a sua vida e morte recordam-nos que para cada batizado esta é uma dimensão constitutiva da sua existência; que toda a vida cristã olha para o martírio como um horizonte permanente, nessa dimensão oblativa, e na maioria das vezes de forma incruenta, ou de forma sangrenta”.

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Recordando o trecho do Evangelho, o Cardeal Porras destacou que “na Irmã Agustina se fez presente o Evangelho do Bom Pastor proclamado nesta Eucaristia. Como uma boa pastora, Aguchita deu a vida pelas suas ovelhas… Hoje celebramos o triunfo da vida sobre a morte e assumimos o desafio pascal de ser discípulos missionários apaixonados por aprender e ensinar a viver”.

No final da missa, o Bispo do Vicariato Apostólico de San Ramón, Dom Gerardo Zerdín, anunciou que a igreja diante da qual foi celebrada a missa de beatificação será doravante o Santuário do Vicariato de Santa Rosa de Lima e da Beata Agusina Mártir.

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Durante a beatificação, o Arcebispo de Trujillo, Dom Miguel Cabrejos Vidarte, Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), destacou que o Peru é “terra de santos” da grandeza de Santa Rosa de Lima, San Martín de Porres, San Juan Macías, Santo Toribio de Mogrovejo e San Francisco Solano, e também “terra de mártires”. Nesta linha de “testemunho e fidelidade a Cristo e à sua Igreja” dos mártires de Chimbote destaca-se “o sacrifício heroico da mártir María Agustina Rivas López. Eles queriam afogar suas vidas no silêncio da morte, mas Deus transformou isso em um grito de justiça que ressoou e ressoou na Igreja universal; eles queriam derramar seu sangue para eliminar sua presença e sua fé entre o povo simples da Flórida”, disse o Arcebispo.

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O martírio da religiosa é “um emblema de caridade e de esperança que fortalece o nosso empenho” concluiu Dom Cabrejos Vidarte, exortando, neste tempo sinodal que a Igreja vive, “a renovar a paixão por Jesus, a paixão pelo seu Evangelho e paixão pelo seu povo, o Santo Povo de Deus”. “Hoje nos regozijamos no Senhor por termos uma bem-aventurada corajosa que deu a vida por Cristo e pelos pobres, portanto, ela é o exemplo de serviço e fidelidade para todos nós”.

Fonte: Fides / Revista Missões

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