
O tráfico de pessoas é um “flagelo atroz”, uma “chaga aberrante” e uma “ferida no corpo da humanidade contemporânea”, afirmou o Papa Francisco em diversas ocasiões ao chamar atenção para o drama de milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças vítimas desse crime.
Por Redação *
As pessoas forçadas a se deslocarem dentro de seus próprios países, pela situação de vulnerabilidade em que se encontram, se tornam potenciais vítimas do tráfico humano. É o que alerta a Campanha “Em Fuga” promovida pelas Missionárias Scalabrinianas.
32 bilhões de dólares. Esse é o valor gerado anualmente por vidas que perderam suas liberdades. O dado é da Organização Mundial do Trabalho (OMT) que estima que cerca de 79% das vítimas de tráfico humano são destinadas à prostituição, em seguida ao comércio de órgãos e à exploração de trabalho escravo em latifúndios, na pecuária, oficinas de costura e na construção. Ao todo, são quase 25 mil vítimas dessa triste realidade, segundo o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A maioria das vítimas são mulheres e meninas, ao todo 72% dos casos.

Para denunciar situações desta natureza, disque 100
Desde 2000, quase 2 mil brasileiros foram vítimas de tráfico de pessoas. Os motivos vão desde promessas de emprego com salário em dólar e vida de luxo, até trabalho escravo. Em 2018, a cada 4 dias, o Brasil registrou um caso de tráfico de pessoas. O país já é o com maior incidência de casos na América do Sul. Hoje, prestamos solidariedade a todos os que estão ou já estiveram nesta situação. Que Deus conforte os corações de quem pratica e sofre com o tráfico de pessoas para que, um dia, isso tudo acabe.
Enfrentar o tráfico de pessoas
Numa audiência com o Papa Francisco nos inícios de 2018, uma jovem mulher sobrevivente do tráfico de pessoas afirmou: “Penso no meu país, em tantos jovens que são iludidos com falsas promessas, enganados, escravizados, prostituídos. Como poderemos ajudar estes jovens a não cair na cilada das ilusões e nas mãos dos traficantes?”
“O Papa Francisco tomou profundamente a peito a pergunta desta jovem. ‘Como disseste, é preciso fazer com que os jovens não caiam ‘nas mãos dos traficantes’. E como é horrível dar-se conta de que muitas das jovens vítimas foram primeiro abandonadas pelas suas famílias, consideradas como descarte pela sua sociedade” (Orientações Pastorais sobre o Tráfico de Pessoas).
Assista ao vídeo da Rede “Um Grito pela Vida” que trabalha no enfrentamento ao tráfico de pessoas e abraçou a Campanha “Em Fuga”.
A “Rede Um Grito pela Vida” é um espaço de articulação e ação contra o tráfico de pessoas. Constituída por aproximadamente 150 religiosos e religiosas de diversos Regionais e Congregações, desde 2006 é parte constitutiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Nacional. Atua nas diversas localidades, estados e municípios do Brasil, e integra a “Talitha Kum – Rede Internacional da Vida Religiosa Consagrada contra o Tráfico de Pessoas”.
* Redação com informações da Campanha “Em Fuga”, Imprensa Scalabrinianas.