
No Brasil, com os impactos provocados pela pandemia de coronavírus, os deslocados em situação de rua aumentam. Campanha “Em Fuga” chama a atenção para os deslocados internos nos diversos países.
Por Redação
A população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros em março deste ano, e tende a aumentar com a crise econômica acentuada pela pandemia da Covid-19. Entre as pessoas sem moradia estão desempregados e trabalhadores informais, como guardadores de carros e vendedores ambulantes. De acordo com Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a maioria da população de rua se concentra no nordeste, sudeste e sul.
O Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) estima que mais de 30 mil pessoas vivam nas ruas da capital paulista, conforme o Cadastro Único para Programas Sociais (Cad Único).

A faixa etária prevalente é a de 31 a 49 anos, com 46,6% do total. O principal motivo que as pessoas declaram para ter ido viver nas ruas foi o conflito familiar (50%), seguido pelo uso de drogas ou álcool (33%), o desemprego (13%), a perda de moradia (13%).
Por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2020 proposto pelo Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes, do Vaticano, as Missionárias Scalabrinianas promovem a Campanha “Em fuga”. O evento, entre os dias 14 e 30 de setembro, aponta para as causas e as consequências desses deslocamentos e pede atenção especial para o problema. A população em situação de rua é um dos efeitos dessa crise.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), dos 79,5 milhões de deslocados no mundo, até o fim do ano passado, 45,7 milhões são deslocados internos que fugiram para outras áreas dentro de seus próprios países sem perspectiva de retorno.
Este último grupo é composto por pessoas que foram forçadas a deixar seus lares por razões similares às dos refugiados, tais como perseguições, desastres naturais, desastres provocados pelas mineradoras como o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) , conflitos no campo, violência generalizada e grave violação dos direitos humanos que forçam a população a fugir de uma região ou cidade para outra, dentro do próprio país.
Redação com informações da Campanha “Em Fuga”, Imprensa Scalabrinianas